O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, defendeu nesta terça-feira, 24, que o Brasil tenha uma força militar de dissuasão para garantir a sua soberania.
Embora tenha reconhecido as limitações financeiras que tem afetado até mesmo as Forças Armadas em um governo liderado por um capitão da reserva, Mourão destacou a importância de se ter essa capacidade de dissuasória e deu um exemplo envolvendo Estados Unidos e Irã para reforçar seu argumento.
"Por que os Estados Unidos não foi bombardear o Irã ainda? Porque o Irã tem uma força armada capaz de exercer a dissuasão. Se vai entrar lá, vai sangrar. E é o que vai acontecer aqui também", disse Mourão em palestra no Clube Militar para uma platéia majoritariamente formada por militares da reserva.
Mourão destacou que a presença de uma força dissuasória é importante para defender e garantir os interesses da nação.
"Não adianta (o Brasil) dizer que a Eletrobras é minha, a Amazônia é minha se não tem capacidade de defender. Isso passa pela capacitação das Forças Armadas", disse. "Nos faltam recursos? Nos faltam recursos, mas temos preservado algo que não conseguiram meter a mão que são os nossos valores."
A defesa da soberania faz parte do discurso do governo em defesa da autonomia brasileira sobre o controle da região amazônica e foi tema do discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira.
"Há muitos anos ouvi um oficial de Marinha falar da teoria do canivete. Temos que ter o nosso canivete. O grandão vem aqui, mas vai tomar uma canivetada na barriga e vai sangrar", defendeu Mourão, sem citar quem poderia ser esse "grandão".