'Brasil quer trazer a escória', diz associação sobre médicos cubanos

Em audiência na Câmara, Florentino Cardoso negou que os problemas da saúde pública no Brasil passem pela falta de profissionais

15 mai 2013 - 17h30
(atualizado em 17/5/2013 às 10h56)

O presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso, criticou as informações que levam as pessoas a acreditar que o "caos instalado na saúde pública brasileira é causado pelos médicos". Em audiência pública na Câmara que debate a contratação e a entrada de médicos estrangeiros no Brasil, Cardoso afirmou que "o Brasil quer trazer a escória", referindo-se especificamente aos médicos de Cuba. As informações são da Agência Câmara.

"Desafio a quem quer que seja mostrar a excelência da medicina cubana. Os médicos formados lá estudam quatro anos, mas, para poderem exercer a profissão naquele próprio país, têm que estudar mais dois anos em outra faculdade", argumentou.

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O presidente da associação médica negou que os problemas da saúde pública no Brasil passem pela falta de profissionais no País. "Isso é uma inverdade. O que acontece é o subfinanciamento do setor. A cada ano, o governo coloca menos recursos para a área de saúde. Além disso, existem vários municípios no País que não teriam condições de se manter", disse.

Ele afirmou ainda que a associação não é contra a vinda de médicos do exterior, desde que passem por um crivo adequado. "Dizem que o Reino Unido tem 40% dos médicos estrangeiros. Perguntem quais as condições de trabalho que encontraram lá, e se não foram avaliados antes de começarem a atuar. Perguntem também qual a remuneração que recebem", destacou.

Partidário da proposta de contratação de médicos estrangeiros, o prefeito de Bagé (RS), Dudu Colombo, representou a Frente Nacional de Prefeitos na audiência pública da Câmara. Apesar de reconhecer a necessidade de mais médicos para atender à demanda da população no interior do País, Colombo afirmou que a contratação de profissionais formados no exterior exige critérios cuidadosos. Por isso, defendeu que a seleção, contratação e pagamento desses profissionais seja feita por parte do governo federal.

"O ideal seria que fossem contratados por tempo determinado e para atuar exclusivamente nos municípios onde existe maior carência de médicos", disse, ao defender também o aumento dos números de vagas nas faculdades de Medicina do País. "Estamos reivindicando mais médicos porque a população precisa de médicos. Existe carência de 6 mil médicos no programa Estratégia da Saúde da Família. No Brasil, a média é de 1,8 médico por mil habitantes, abaixo da Argentina e do Uruguai", disse.

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Dudu Colombo também afirmou que o governo federal não trabalha com a possibilidade de revalidação automática de diplomas de médicos formados em outro país.

Fonte: Terra
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