O Brasil bateu neste domingo o quinto recorde consecutivo de média diária de mortes por Covid-19, enquanto registrou a segunda maior média de novos casos desde o início da pandemia, em números que dão ideia da gravidade do atual estágio da crise sanitária no país.
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 721 óbitos decorrentes da Covid-19, com 34.027 registros da doença, conforme dados do Ministério da Saúde.
O represamento de testes que normalmente ocorre durante o fim de semana tende a reduzir a contabilização de novos casos e mortes pela doença.
Pela média móvel de sete dias, contudo, o número diário de mortes foi a 1.205, cifra mais alta desde o início da pandemia e o quinto dia consecutivo em que o recorde é quebrado. Dos dez dias de média mais alta de falecimentos, nove são deste mês de fevereiro.
A média móvel de novos casos alcançou 54.726 neste domingo, segundo maior número de toda a pandemia e pouco atrás da cifra do último dia 12 de janeiro (55.034). Todas as dez médias móveis mais altas de novos casos ocorreram neste ano.
No sábado, a média móvel, referente aos dados dos últimos sete dias, havia ficado em 1.180, até então o recorde da pandemia. O indicador elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana.
Nas últimas 24 horas, foram notificados 755 novos óbitos e mais 40.495 casos da doença no País. No total, já são 255.018 mortes registradas e 10.549.129 pessoas contaminadas no Brasil, segundo o consórcio dos veículos de imprensa.
Ainda de acordo com os dados coletados pelo consórcio de veículos de imprensa, 6.576.109 pessoas já receberam a primeira dose da vacina no País. Destas, 1.933.404 tomaram também a segunda. Nas últimas 24 horas, 56.088 doses foram aplicadas.
A piora nos números da pandemia no país ocorre em meio ao caos em serviços públicos de saúde de vários Estados, com a falta de leitos de UTI levando governadores a adotar novas medidas de restrição ou a reforçar as que já vinham sendo aplicadas, apesar de críticas abertas do presidente Jair Bolsonaro ao fechamento de atividades.
Neste domingo, Bolsonaro voltou a criticar as medidas de restrição anunciadas e disse que a saúde "sempre teve seus problemas".
"A saúde no Brasil sempre teve seus problemas. A falta de UTIs era um deles e certamente um dos piores", afirmou em postagem no Twitter ao comentar uma foto, também na postagem, de título e linha fina de uma reportagem do G1 de março de 2015 sobre falta de leitos de UTI no país.
"HOJE, ao FECHAREM O COMÉRCIO e novamente te obrigar a FICAR EM CASA, vem o DESEMPREGO EM MASSA com consequências desastrosas para o país", completou o presidente em texto na rede social.
O país segue como o terceiro no mundo em número de casos, atrás dos EUA (28,6 milhões) e da Índia (11,1 milhões), de quase 114 milhões de registros globalmente.
Em número de mortes, o país tem a segunda pior marca, enquanto os EUA contabilizam 513.052 óbitos. No mundo, mais de 2,52 milhões de pessoas morreram devido à doença, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
Com informações da Reuters e do Estadão Conteúdo