Brasil tem primeira morte relacionada à varíola dos macacos

29 jul 2022 - 15h36
(atualizado às 20h36)

Paciente de 41 anos morava em Belo Horizonte e estava sendo tratado também para outras doenças, incluindo um câncer. País registra ainda os primeiros casos de varíola dos macacos em crianças, todos em São Paulo.O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira (29/07) a primeira morte relacionada à varíola dos macacos no Brasil. A vítima é um homem de 41 anos, residente em Minas Gerais, que estava em tratamento para outras doenças, incluindo um câncer.

A morte ocorrida no Brasil é a sexta no mundo e a primeira devido à doença fora da África, desde o início do atual surto em abril
A morte ocorrida no Brasil é a sexta no mundo e a primeira devido à doença fora da África, desde o início do atual surto em abril
Foto: DW / Deutsche Welle

O paciente, cujo nome não foi divulgado, estava hospitalizado em um hospital público de Belo Horizonte, onde sofreu um choque séptico, agravado pela varíola dos macacos.

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Em nota, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais reiterou que o paciente, que residia na capital mineira, já estava internado devido a "outras condições clínicas graves".

O Brasil é o sexto país do mundo com mais casos da doença. Até a tarde desta quinta-feira, o Ministério da Saúde contabilizava 978 casos confirmados de varíola dos macacos, em 16 unidades da federação: São Paulo (744), Rio de Janeiro (117), Minas Gerais (44), Paraná (19), Distrito Federal (15), Goiás (13), Bahia (5), Ceará (4), Santa Catarina (4), Rio Grande do Sul (3), Pernambuco (3), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Tocantins (1), Mato Grosso (1) e Acre (1).

A morte ocorrida no Brasil foi a sexta no mundo e a primeira devido à doença fora da África, desde o início do atual surto em abril - os outros óbitos haviam ocorrido na Nigéria e na República Centro-Africana. Horas depois da confirmação do óbito pelo governo brasileiro, a Espanha relatou a primeira morte relacionada à doença.

Segundo o secretário estadual de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, a vítima tratava um linfoma e era imunossuprimida.

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"É importante destacar que ele tinha comorbidades importantes e graves, severas, para que não leve a um grande alvoroço na população, achando que a letalidade é alta. A letalidade continua sendo muito baixa", disse.

Três casos em crianças

Na noite desta quinta-feira, a capital paulista confirmou os três primeiros casos de varíola dos macacos em crianças no Brasil - duas meninas de 6 anos de idade e um menino de 4 anos. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, todas estão sendo monitoradas e não apresentam sinais de agravamento do quadro.

Na terça-feira, antes dos casos em crianças e do primeiro óbito, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia classificado a situação da varíola dos macacos no Brasil como "muito preocupante". De acordo com a OMS, possivelmente há uma subnotificação de casos devido a testes insuficientes.

Casos em 74 países

Causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês), a varíola dos macacos já foi confirmada em mais de 16 mil pacientes de 74 países.

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A doença foi declarada emergência de saúde pública de interesse internacional pela OMS na semana passada.

A varíola causada pelo vírus hMPXV provoca uma doença mais branda do que a varíola comum, que foi erradicada na década de 1980.

Trata-se de uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens e, sobretudo, por relações sexuais. Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões.

A varíola dos macacos foi detectada pela primeira vez na década de 1970, na República Democrática do Congo, na época Zaire. Até abril de 2022, ela raramente era registrada fora de alguns países africanos, onde é endêmica e geralmente transmitida por mordidas de roedores e outros animais pequenos.

le (Agência Brasil, ots)

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