Brasil teve em 2024 ano mais quente já registrado, diz Inmet

3 jan 2025 - 17h15
(atualizado às 17h37)

O Brasil teve em 2024 seu ano mais quente desde o início dos registros em 1961, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério da Agricultura.

De acordo com os dados do órgão, a média das temperaturas no país no ano passado ficou em 25,02 graus Celsius, 0,79 grau acima da média histórica de 24,23 graus registrada entre 1991 e 2020.

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"Após análise dos desvios de temperaturas médias anuais do Brasil desde 1961 a 2024, o Inmet verificou uma tendência de aumento estatisticamente significativo das temperaturas ao longo dos anos, que pode estar associada à mudança no clima em decorrência da elevação da temperatura global e mudanças ambientais locais", disse o Ministério da Agricultura em nota.

No início de dezembro, cientistas da União Europeia projetaram que 2024 seria o ano mais quente desde o início dos registros, em meio às crescentes preocupações com as mudanças do clima e seus impactos.

No ano passado, além de secas severas na Amazônia e no Pantanal, também foram registradas enchentes catastróficas no Rio Grande do Sul, que devastaram cidades inteiras e deixaram parcelas do Estado debaixo d'água por semanas.

Fora do Brasil, a Itália passou por uma seca severa, enquanto enchentes devastadoras também foram registradas na Espanha, Sudão e Nepal. Ondas de calor atingiram México, Mali e Arábia Saudita. Além disso, ciclones deixaram rastros de destruição nos Estados Unidos e nas Filipinas, entre outros eventos climáticos extremos ao longo do ano passado.

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Estudos científicos confirmaram a responsabilidade das mudança climática causada pelo homem em todos esses desastres. As emissões de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis são a principal causa das mudanças climáticas.

O Brasil sediará em novembro, na cidade de Belém, a cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima COP30, na qual o mundo traçará a trajetória para cortes mais acentuados nas emissões de gases poluentes e para reforçar a luta contra as mudanças climáticas.

No entanto, turbulências geopolíticas em todo mundo, o crescimento do isolacionismo -- que tem derrubado as mudanças climáticas da lista de prioridades globais -- e a volta de Donald Trump, um cético do clima, à Presidência dos EUA neste mês devem permanecer como obstáculos para a cooperação climática global.

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