A audiência em que a Justiça da Rússia decide o destino dos 30 ativistas do Greenpeace detidos em águas internacionais começou na manhã desta quinta-feira. O grupo foi preso depois de participar de um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico, na última semana. Segundo a assessoria do Greenpeace no Brasil, a gaúcha Ana Paula Maciel, marinheira na embarcação, vai ficar sob custódia antes de dar um novo depoimento.
Até 13h, horário de Brasília, 15 ativistas já haviam sido ouvidos. A decisão foi que, dessa lista, 11 vão ficar em prisão provisória por dois meses - até conclusão da investigação sobre pirataria. Os demais - incluindo Ana Paula - continuam sob custódia pelos próximos três dias, para dar novo depoimento.
Denis Sinyakov e Roman Dolgov, ambos de nacionalidade russa, foram os primeiros tripulantes do Arctic Sunrise a passarem pela audiência na manhã de hoje em uma corte de Murmansk, noroeste da Rússia. Sinyakov é fotógrafo free-lancer contratado pelo Greenpeace Internacional e estava a bordo do Arctic Sunrise para cobrir o protesto contra a petroleira Gazprom, no mar de Pécora, quando a guarda costeira russa ocupou ilegalmente a embarcação.
"O crime pelo qual estou sendo acusado tem nome: jornalismo. E vou continuar praticando", afirmou o fotógrafo, após a decisão da corte.
"As autoridades russas estão tentando assustar as pessoas contrárias à indústria de petróleo no Ártico, mas esta escandalosa intimidação não vai funcionar", disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional. "Seguimos firmes em nosso compromisso em proteger o Ártico e o clima do planeta. Pedimos aos cidadãos russos e às pessoas de todo o mundo para apoiarem nossos ativistas e defenderem o direito ao protesto pacífico", conclamou.