Pela terceira vez, o caso envolvendo as famosas festas "bunga bunga" na mansão do ex-premier Silvio Berlusconi voltará a ser julgado pela Justiça italiana. Desta vez, 23 pessoas - incluindo a brasileira Iris Berardi - irão responder ao processo por corrupção em atos judiciários e falso testemunho nos processos anteriores.
Nesta quarta-feira (19), a juíza de Milão, Laura Marchiondelli, informou sobre a abertura do processo contra os acusados - incluindo a "pivô" do escândalo e que batiza o caso de "Ruby", a marroquina Karima El Mahroug.
Também viraram réus o ex-advogado dela Luca Giuliante, o jornalista Carlo Rossella, a senador Mariarosaria Rossi e vários convidados das "festas" na mansão de Arcore.
Essa fase, batizada de "Ruby ter", inclui os depoimentos dos dois processos anteriores. Segundo a Procuradoria, os acusados mentiram ou tiveram uma "posição reticente" no curso de seus depoimentos tanto no primeiro julgamento, que inocentou Berlusconi, como em uma ação paralela que condenou três pessoas.
De acordo com os procuradores, o silêncio ou as mentiras das testemunhas foram "recompensadas" com "presentes e dinheiro". O advogado da brasileira Berardi confirmou esses pagamentos e informou que ela recebia cera de 5,5 mil euros de "mesada" por mês do ex-premier por seu silêncio.
Berlusconi, por sua vez, não foi incluído na sentença desta quarta-feira porque pediu uma adiamento de sua audiência de defesa por problemas de saúde. O ex-primeiro-ministro viajou aos Estados Unidos para tratar de problemas no coração. Para ele, a ação será retomada no dia 15 de dezembro e ele poderá ser imputado pelos mesmos crimes de corrupção e falso testemunho.
Já para os demais 23 acusados, os debates entre defesa e acusação começarão no Tribunal de Milão no dia 11 de janeiro de 2017.