Brasileiras são presas acusadas de contrabando na Venezuela

Decreto presidencial implementado três dias antes da prisão determina que alguns produtos básicos não podem mais ser exportados do país

25 set 2014 - 11h29
(atualizado às 11h32)

Há um mês, duas brasileiras estão presas na Venezuela sob a acusação de contrabando. Elas foram detidas por realizarem compras básicas em um supermercado próximo à fronteira entre o Brasil e a Venezuela. As informações foram divulgadas pelo jornal El Progreso.

Luciana Pereira Da Silva, 24 anos, e Lousineidi Sousa Silva, 28 anos, foram presas em 25 de agosto, na cidade de Santa Elena de Uairén (a 220 quilômetros de Boa Vista, em Roraima) e levadas em seguida a uma delegacia de Puerto Ordaz, a 700 km da fronteira.

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As acusadas levavam cloro, detergente em pó, xampu e desodorante, artigos cuja venda para fins de exportação está proibida, conforme decreto presidencial implementado três dias antes da prisão. Quando elas tentaram retornar ao País, foram surpreendidas por militares venezuelanos. 

O decreto, que proíbe a saída de 89 produtos é uma medida que o governo venezuelano encontrou para conter a crise no abastecimento de produtos que tem afetado o país. 

Segundo uma reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 63,4% na Venezuela e 40% dos produtos produzidos no país são contrabandeados para o Brasil ou para a Colômbia.

Na Venezuela, os produtos básicos saem mais baratos que no Brasil, devido à desvalorização da moeda local em relação ao real. O sabão em pó, por exemplo, que é comercializado em média a R$ 6 na capital de Roraima, sai por R$ 1,70 em Santa Elena de Uairén.

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Ao jornal El Progreso, Nelson Páez, advogado das brasileiras, disse que as prisões foram ilegais e que elas não estavam fazendo contrabando, pois a compra dos produtos foi para o uso pessoal. Páez diz ainda que Luciana é mãe de uma bebê de quatro meses e que não está podendo amamentá-la devido à situação que sofre na Venezuela.

De acordo com o decreto, o não cumprimento das novas regras de exportação pode levar a 14 anos de prisão. As brasileiras serão julgadas pela Justiça venezuelana.

Fonte: Terra
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