Brasileiros homenageiam vereadora Marielle em Berlim

18 mar 2018 - 16h06
(atualizado em 19/3/2018 às 10h44)

Cerca de 150 pessoas participaram na capital alemã de ato em repúdio ao assassinato da política carioca e de seu motorista. Velas, flores e discursos de Marielle, exibidos em telão, marcam homenagem.Brasileiros se reuniram neste domingo (18/03) em Berlim para homenagear a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, assassinados a tiros na quarta-feira. Apesar de temperaturas negativas, cerca de 150 pessoas participaram do ato, que ocorreu no bairro Kreuzberg, na beira do rio Spree.

Manifestantes se reuniram no bairro berlinense de Kreuzberg em homenagem à vereadora assassinada.
Manifestantes se reuniram no bairro berlinense de Kreuzberg em homenagem à vereadora assassinada.
Foto: DW / Deutsche Welle

"A luta de Marielle é de todos nós, não podemos mais admitir que o Estado brasileiro nos trate desta forma. É um dever me solidarizar, pois os tiros que mataram Marielle foram disparados contra todo o povo que quer uma sociedade que respeite as diferenças", afirmou Sandra Bello, uma das organizadoras do ato.

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Durante a homenagem, vídeos de discursos de Marielle foram exibidos num telão. "Não vamos deixá-los roubar nossos sonhos", "Quantos mais vão precisar morrer?" e "Marielle Presente", foram alguns dos dizeres nos cartazes, em português, alemão, inglês e espanhol, levados pelos participantes. O clima era de indignação e comoção.

Velas e flores foram colocados num pequeno altar com uma foto da vereadora. Durante a manifestação que durou cerca de duas horas e meia, os participantes reiteraram apoio aos temas pelos quais a defensora dos direitos das mulheres e da inclusão social lutava e a homenagearam com poemas e canções. A frase "Marielle Presente" foi repetida em diversos momentos.

"A morte de Marielle não será em vão", afirmou a estudante Junia Matsuura.

Além da homenagem a Marielle e Anderson, os participantes do ato pediram o fim do racismo e da violência policial. Vítimas de operações policiais, como a auxiliar de serviços Claudia Silva Ferreira, morta ao ser arrastada por uma viatura em 2014, e o ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, também foram lembrados.

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"Estou aqui para representar todas as pessoas que morrem todos os dias no Rio, não somente a Marielle e o Anderson, e para mostrar que esse sofrimento chegou até aqui", afirmou a brasileira Roberta de Carvalho Klose.

O ato reuniu participantes de todas as idades e muitas famílias. "A execução da Marielle precisa ser um divisor de águas entre essa completa inaptidão das pessoas de irem para a rua", afirmou Janaina Pessoa, que estava junto com seus dois filhos, de 11 e 2 anos.

Além de brasileiros e alemães, cidadãos de outras nacionalidades participaram da homenagem. "Estou revoltado com o crescimento da força do fascismo que está acontecendo no Brasil e em todo mundo. Acho importante estar aqui para demonstrar minha revolta e mostrar que há pessoas no mundo inteiro que se importam com a morte de Marielle", destacou Alessandro Rossi, italiano que morou no Rio de Janeiro.

Marielle e Anderson foram mortos ao sair de um evento na Lapa. O carro onde estavam foi baleado nove vezes. A principal hipótese da Delegacia de Homicídios do Rio é de que se tratou de uma execução premeditada, dada a ação dos criminosos. Além de defender os direitos das mulheres e a inclusão social, Marielle criticava também a violência policial.

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