Cai apoio à democracia no Brasil, revela Datafolha

1 jan 2020 - 15h14
(atualizado às 15h28)
Apoiadores de Bolsonaro protestam contra o Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília
Apoiadores de Bolsonaro protestam contra o Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília
Foto: DW / Deutsche Welle

Parcela de brasileiros que consideram democracia a melhor forma de governo diminui de 69% para 62% durante o primeiro ano da presidência de Jair Bolsonaro. Aumenta, porém, avaliação negativa da ditadura militar. O apoio à democracia como melhor forma de governo caiu sete pontos percentuais durante o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, revelou uma pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (01).

Entre os entrevistados, 62% consideram a democracia a melhor forma de governo. Na pesquisa anterior, realizada na semana do primeiro turno das eleições em outubro de 2018, o apoio a esse sistema político era maior, com 69%.

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Houve, no entanto, um aumento de nove pontos percentuais em relação ao grupo para quem tanto faz se o governo é democrático ou ditatorial, passado dos 13%, em 2018, para 22%. Já o percentual dos que preferem uma ditatura permaneceu estável em 12%.

A pesquisa também revelou que houve um aumento na parcela da população que avalia que não há nenhuma chance de ocorrer uma nova ditadura, passando de 42% para 49%. Outros 46% disseram que acreditam que pode ocorrer uma ruptura democrática, o que representa uma queda de quatro pontos percentuais em relação ao levantamento anterior.

O Datafolha também questionou a avaliação do legado da ditadura militar (1964-1985). A pesquisa mostrou um aumento de oito pontos percentuais no grupo que considera que o regime deixou mais realizações negativas do que positivas, passando dos 51%, registrados em 2018, para 59% neste ano. Já 30% dos entrevistados consideram o legado positivo, outros 12% não souberam responder.

A pesquisa revelou ainda que a maioria dos brasileiros desconhece o Ato Institucional nº 5 (AI-5), -medida considerada o maior símbolo da repressão política durante a ditadura militar no Brasil. Editado em 13 de dezembro de 1968 pelo então presidente Artur da Costa e Silva, um dos cinco generais que governaram o país durante o regime militar, o decreto resultou no fechamento do Congresso Nacional e na suspensão de direitos políticos.

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Durante o primeiro ano do governo de Bolsonaro, o AI-5 foi invocado em três ocasiões por pessoas do círculo do presidente. Além do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do general Augusto Heleno, que chefia o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo defendeu a aplicação da medida para eventualmente silenciar a oposição.

Entre os entrevistados pelo Datafolha, 65% disseram que desconhece o AI-5 e apenas 35% afirmaram ter ouvido falar do ato.

A pesquisa sobre a democracia ouviu 2.948 pessoas nos dias 5 e 6 de dezembro em 176 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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GENERAL RAMOS
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