Caiado: governo vai confiscar e centralizar todas as vacinas

Segundo o governador de Goiás, será editada uma medida provisória para tratar da centralização e da distribuição dos imunizantes

11 dez 2020 - 15h45
(atualizado às 16h10)

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse nesta sexta-feira (11) ter sido informado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que "toda e qualquer vacina registrada" que seja produzida no país ou importada será requisitada pela pasta para o combate à covid-19.

Ronaldo Caiado em Brasília
15/06/2016 REUTERS/Ueslei Marcelino
Ronaldo Caiado em Brasília 15/06/2016 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Segundo Caiado, será editada uma medida provisória para tratar da centralização e da distribuição dos imunizantes contra o novo coronavírus.

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"Toda e qualquer vacina registrada, produzida ou importada no país será requisitada, centralizada e distribuída aos estados pelo Ministério da Saúde. Pazuello me informou isso aqui em Goiânia, hoje. Nenhum Estado vai fazer politicagem e escolher quem vai viver ou morrer de Covid", disse Caiado, no Twiter.

"O ministro Pazuello me informou que será editada uma medida provisória que vai tratar dessa centralização e distribuição igualitária das vacinas. Toda e qualquer vacina certificada que for produzida ou importada será requisitada pelo Ministério da Saúde", disse.

A publicação pode ser encarada como uma referência indireta a João Doria (PSDB), governador de São Paulo. Procurado pela Reuters via assessoria de imprensa, o governador paulista não respondeu de imediato aos comentários de seu homólogo goiano.

O Instituto Butantan, vinculado ao governo paulista, testa no Brasil a CoronaVac, potencial vacina contra Covid-19 da chinesa Sinovac e iniciou o envase de doses da vacina no país com uma capacidade que chegará a 1 milhão de doses diárias.

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Doria anunciou nesta semana que iniciará, em 25 de janeiro, a vacinação contra Covid-19 em São Paulo e já fechou acordos com outros Estados e municípios para fornecer o potencial imunizante.

Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro, que é desafeto político de Doria chegou a desautorizar uma declaração de Pazuello de que o governo federal compraria doses da vacina chinesa. Bolsonaro afirmou ainda que a CoronaVac não inspirava segurança na população dada a sua origem.

Nesta semana, entretanto, o presidente disse em sua conta no Twitter que o governo oferecerá as vacinas de forma obrigatória "havendo certificação da Anvisa".

Nos últimos dias, Pazuello vem afirmando que todas as vacinas que forem registradas no país serão compradas para vacinar os brasileiros. A posição pública do governo de São Paulo e do Butantan tem sido favorável à inclusão da CoronaVac no Plano Nacional de Imunização, e há memorando de entendimento assinado para que isso ocorra, desde que a vacina obtenha registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que ainda não ocorreu.

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O Butantan ainda não apresentou pedido de registro da CoronaVac junto à Anvisa e tampouco apresentou os dados sobre sua eficácia na prevenção da Covid-19 em ensaios clínicos em estágio avançado. A expectativa é que os dados sejam anunciados até a próxima terça-feira.

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