A caminhada dos professores da rede estadual de educação, em greve há mais de dois meses, teve um princípio de confusão por volta das 17h de hoje (22). Eles andavam na Rua da Consolação, no sentido centro, quando um grupo de aproximadamente 20 pessoas ocuparam o sentido oposto da via. Policiais que acompanham o ato tentaram negociar a liberação da faixa sentido bairro, mas não houve acordo. O tumulto ocorreu com a chegada da Tropa de Choque da Polícia Militar (PM), pois os manifestantes que caminhavam no sentido centro saíram em apoio ao grupo menor.
Os professores cantaram para os policiais: “Ô, seu polícia, sem violência. Dou aula para o seu filho com toda a paciência”. Garrafas de água foram arremessadas em direção à tropa, que recuou para evitar o uso da força. Em seguida, a via foi liberada. O protesto seguiu pacificamente em direção à Praça da República, onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo estima que 20 mil pessoas participam do ato. A PM contabilizou 3 mil pessoas.
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No início da tarde, os professores decidiram pela continuidade da greve em mais uma assembleia no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Eles reivindicam reajuste salarial de 75,33%. Uma nova assembleia está marcada para o dia 29, quando a categoria irá se unir à greve geral convocadas por centrais sindicais contra o Projeto de Lei 4.330, que libera as terceirizações. Na última quarta-feira (20), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu descontar os dias parados dos professores em greve. O sindicato disse que vai recorrer.
Por meio de nota, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo lamentou o resultado da assembleia dos professore e disse que, nas reuniões com os sindicalistas, até agora vem “reiterando o compromisso pela construção de uma nova política de reajuste de salário com a garantia da data-base em julho”. Para a secretaria, a greve “visa a prejudicar pais e alunos”.