Os 13 médicos do programa do governo federal Mais Médicos enviados para Campinas, no interior de São Paulo, não iniciaram o trabalho em função da falta de documentação. A previsão era de que eles começassem a atuar no Programa de Saúde Família na segunda-feira. Mas, como os registros profissionais não chegaram, a secretaria de Saúde aguarda o envio dos processos pelo Ministério da Saúde nos próximos dias.
Campinas recebeu em 1º de outubro um médico ítalo-brasileiro e 12 cubanos. Eles continuam hospedados em um hotel, mas deverão ser transferidos para moradias em breve. A prefeitura autorizou o pagamento de auxílio-moradia e alimentação logo que chegassem à cidade. Eles irão atender nas unidades básicas de saúde São Marcos, Santa Barbara, Oziel, Fernanda, Floresta, Santa Lúcia, Vila União, União de Bairros, Valença e Itajaí.
Na primeira fase do programa Mais Médicos, a cidade recebeu, em setembro, cinco profissionais brasileiros. Desses, três têm formação médica no Brasil e dois possuem diplomas expedidos em instituições de ensino no exterior.
Enfermeiros fazem protesto
Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem suspenderam as horas-extras há uma semana em protesto pela falta de profissionais da área de enfermagem no Hospital Municipal Dr. Mario Gatti. A unidade é uma das principais da cidade no atendimento pelo Serviço Único de Saúde (SUS). Com a interrupção das horas-extras, o hospital deixou de realizar 57 cirurgias eletivas não emergenciais que podem ser agendadas.
Segundo o coordenador do Sindicato dos Servidores, Jadirson Cohen, um documento pedindo uma reunião com o prefeito Jonas Donizette (PSB) foi protocolado e ainda não foi respondido. Os funcionários marcaram uma assembleia para quarta-feira, quando devem votar se continuam ou não com a paralisação.
O hospital informa que o quadro de funcionários é composto de 100 enfermeiros, 437 auxiliares e 62 técnicos de enfermagem e admite um déficit de 40 enfermeiros e 116 técnicos. O sindicato diz que, em atividade, estão 63 enfermeiros e 373 auxiliares e técnicos.
ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS' |
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa. |
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais. |
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma |
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios. |
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS). |