Depois de quase três meses com o nível em alta ou estável, o armazenamento de água do Sistema Cantareira apresentou a primeira baixa nesta terça-feira ao passar de 20,1% para 20%. A última queda ocorreu há 86 dias, quando o volume reduziu de 5,1% para 5%.
Ao contrário dos dois últimos meses, o volume de chuva sobre as cabeceiras desse manancial está abaixo da média histórica, acumulando desde o começo do mês de abril apenas 45,1 milímetros (mm), o que é, praticamente, a metade do esperado para todo o mês (89,8 mm). Os dados são da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
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Há, exatamente, um ano, o Cantareira estava a caminho da maior crise hídrica já enfrentada no abastecimento da região metropolitana de São Paulo, mas tinha uma condição melhor do que o atual quadro porque não utilizava a reserva técnica (água que fica abaixo das comportas e que, portanto, é retirada por meio de bombeamento). Esse uso começou em 16 de maio de 2014 e para atingir situação semelhante à daquele dia, seria necessário que o nível subisse 9,2 pontos percentuais.
Para evitar um colapso no fornecimento de água, a Sabesp adotou em meio às medidas de contingenciamento a redução do universo atendido, que passou de cerca de 9 milhões nessa mesma época do ano passado para os atuais 5,4 milhões.
Pela nova medição da companhia - uma exigência judicial - em que se leva em consideração as retiradas da reserva técnica, o nível do Cantareira está com um déficit de 9,2%, operando com 15,5% em relação ao volume total.
Em quatro dos cinco mananciais restantes administrados pela Sabesp também houve recuo de ontem para hoje. Entre eles, o que tem a situação mais confortável é o Sistema Rio Claro, que ontem operava com 102% de sua capacidade e baixou para 101,6%. No Alto Tietê, o índice caiu de 36,4% para 36,3%; no Guarapiranga de 78,3% para 78,2%; no Alto Cotia de 51,4% para 51,3% e no Rio Grande, a taxa ficou estável em 96%.