Caso de Bolsonaro mostra que Brasil deve fortalecer medidas contra coronavírus, diz Opas

8 jul 2020 - 13h26

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) desejou nesta terça-feira uma rápida recuperação ao presidente Jair Bolsonaro, após confirmação de que foi contaminado pelo novo coronavírus, mas alertou que o caso demonstra necessidade de fortalecer as medidas de combate à doença.

Presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília
09/06/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília 09/06/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"A mensagem é que o vírus é imprevisível e não respeita raça, classe ou pessoas no poder, apesar da segurança ao redor de qualquer presidente", disse o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas, Marcos Espinal, em entrevista coletiva por videoconferência.

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Segundo ele, a confirmação do caso de Covid-19 do presidente mostra que o Brasil precisa reforçar a implementação das recomendações de distanciamento social e do uso de máscara para mitigar a disseminação do coronavírus.

Bolsonaro, que diversas vezes minimizou a Covid-19 e inclusive a descreveu como "gripezinha", afirmou nesta terça-feira que teve resultado positivo em teste para a doença realizado na véspera, mas acrescentou estar se sentindo bem.

Na entrevista coletiva da Opas, a chefe do organismo e diretora para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), Carissa Etienne, afirmou que a América Latina e o Caribe agora representam 50% dos casos de Covid-19 nas Américas, e o número de casos registrados continua a acelerar.

"É uma pandemia de proporções surpreendentes e não temos outra opção a não ser continuar investindo toda a nossa energia em controlá-la", afirmou, de Washington.

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Há dois meses, os Estados Unidos representavam 75% dos casos de Covid-19 nas Américas, afirmou ela, alertando que a OMS enxerga aceleração dos casos em vários Estados norte-americanos, em grande parte da América Central e na maioria da América do Sul.

Alguns dos problemas mais persistentes da América Latina têm contribuído para a escalada da pandemia na região, disse Etienne: desigualdade, divisão política e sistemas de saúde que foram fragilizados por anos de falta de investimentos.

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