Cesare Battisti é detido na fronteira do Brasil com Bolívia

Ex-ativista foi condenado à prisão perpétua na Itália

4 out 2017 - 17h16
Cesare Battisti
Cesare Battisti
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ex-ativista italiano Cesare Battisti foi retido nesta quarta-feira (4) na fronteira do Brasil com a Bolívia, na cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Battisti teria sido detido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em uma blitz sob um suposta tentativa de evasão de divisas.

Segundo as autoridades brasileiras, o italiano iria tentar se refugiar na Bolívia uma vez que o governo italiano pediu ao brasileiro que anule seu refúgio no país.

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Segundo o jornal "O Globo", o advogado de Battisti, Igor Santana, desconhece sobre sua prisão.

Na última semana, a defesa do italiano entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir um habeas corpus e evitar uma extradição para a Itália.

O pedido surgiu dias após a notícia de que o governo italiano está negociando um novo pedido para extraditar o ex-ativista.

Battisti foi condenado à prisão perpétua no país europeu pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970. Ele fugiu para o Brasil e foi preso em 2007.

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O STF chegou a autorizar a extradição do italiano, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiu que ele ficasse morando no país. Não há prazo para a definição do caso na Justiça. 

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Diversos parlamentares do país europeu, da esquerda à direita, se pronunciaram sobre o caso e aproveitaram para cobrar do governo brasileiro a extradição do ex-ativista, condenado em sua nação de origem por envolvimento em quatro assassinatos na década de 1970.

"A prisão de Cesare Battisti, ocorrida enquanto ele tentava escapar das autoridades brasileiras, é uma boa notícia. Mais uma vez esse criminoso tentou fugir da Justiça. Agora espero que o Brasil revogue seu status de refugiado o mais rapidamente possível e que Battisti possa ser extraditado para pagar sua dívida", declarou Walter Verini, líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Já sua colega Renata Bueno, de origem brasileira, disse que a viagem de Battisti foi uma "clara tentativa de escapar de uma extradição iminente", uma vez que a Itália pediu para o governo de Michel Temer rever o asilo político concedido ao ex-ativista por Luiz Inácio Lula da Silva em 2010.

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"Ele é um criminoso comum e não deve se beneficiar de refúgio político. Esperamos agora que o governo brasileiro anule o ato de Lula e mande esse criminoso para a Itália, que é onde ele deve cumprir sua pena", afirmou a deputada.

Quem também se pronunciou foi o ex-prefeito de Roma Gianni Alemanno, hoje líder do partido conservador Movimento Nacional pela Soberania (MNS). "A prisão de Battisti é uma belíssima notícia. O esperamos de braços abertos na Itália", escreveu Alemanno no Facebook.

Por sua vez, Giorgia Meloni, presidente da legenda de extrema direita Irmãos da Itália (FDI), disse que Battisti foi "preso no Brasil enquanto tentava fugir". "Agora a Itália exija sua imediata extradição e o faça descontar sua pena até o último dia", afirmou ela nas redes sociais.

Membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) na década de 1970, Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por "terrorismo" e envolvimento em quatro assassinatos cometidos durante os "anos de chumbo", período de intensa atividade de grupos de extrema direita e extrema esquerda na península.

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Para escapar da cadeia, ele se mudou para a França, mas fugiu quando teve sua extradição autorizada. De lá, viajou para o México e, em seguida, ao Brasil, onde foi preso em 2007, no Rio de Janeiro. O STF também chegou a autorizar sua expulsão, mas Lula, no último dia de seu segundo mandato, deu permissão para Battisti ficar no país.

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