Ciclistas de todas as regiões de São Paulo protestaram, na noite desta quinta-feira (19), na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, contra a decisão da Justiça que determinou a suspensão das obras cicloviárias na capital.
A maior parte dos manifestantes pertence a organizações da sociedade civil organizada que, também hoje, divulgaram um manifesto de repúdio à ação civil pública que originou a decisão. Da Paulista, o grupo seguiu até a sede do Ministério Público, na Sé (região central), onde afixou cartazes com a mensagem "Ministério Público ou privado?"
A ação que desencadeou na decisção judicial foi assinada pela promotora de Habitação e Urbanismo Camila Mansour Magalhães da Silveira, que pedia a suspensão de todas as obras cicloviárias até que estudos técnicos comprovando a viabilidade técnica delas fossem apresentados pelo Município.
Na ação, a promotora também pediu o fim das obras da ciclovia na Avenida Paulista e a recomposição asfáltica na região, medida que foi negada pelo juízo da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.
Nesta manhã, cicloativistas entraram em uma entrevista coletiva concedida na sede do Ministério Público (MP) pela promotora que assinou a ação. Eles rechaçaram argumentos usados pelo MP, segundo o qual a sociedade civil não teria sido consultada pela gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) para a implementação das obras.
De acordo com Daniel Guth, diretor da ONG Ciclocidade, uma das que participaram do ato na Paulista, a manifestação "é a favor da ciclovia". "E também para repudiar a decisão judicial de interromper esse processo de mobilidade", disse.
Em nota, a prefeitura classificou como "sensata" a decisão judicial que aceitou parcialmente o pedido de liminar do Ministério Público do Estado de São Paulo na ação civil pública.
O Município informou também que a Procuradoria Geral irá apresentar todos os dados e relatórios que se fazem necessários para esclarecer a questão.