Quatro presos que estariam envolvidos no massacre do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, foram mortos por sufocamento dentro do caminhão-cela na noite desta terça-feira, 30, durante a transferência para unidades de Belém. Com os assassinatos, o número de vítimas no ataque chega a 62 - a maior chacina relacionada a presídios do País neste ano.
Ao todo, 30 presos estavam no veículo e todos haviam sido removidos de Altamira por suposta participação no ataque da facção local Comando Classe A (CCA) contra integrantes do rival Comando Vermelho (CV).
Em nota, o governo do Pará afirma que apura as circunstâncias das mortes e que todos detentos transferidos seriam do CCA. "Eram da mesma facção e viviam juntos nas mesmas celas. Foram comparsas no confronto entre facções", diz o comunicado do governo Helder Barbalho (MDB).
As mortos aconteceram no caminho entre as cidades de Novo Repartimento e Marabá, em horário estipulado entre 19 horas e 1 hora da manhã desta quarta-feira, 31.
"Durante o transporte, estavam algemados, divididos em quatro celas. A capacidade das celas era para até 40 presos, e 30 eram transportados. O Estado não possui caminhão com celas individuais", afirma a nota.
Segundo a versão do governo, os responsáveis pela segurança não teriam percebido a ação. "Ao chegar a Marabá, os agentes encontraram quatro presos mortos por sufocamento em duas celas", alega.
"Todos os 26 presos remanescentes serão colocados em isolamento. As razões deste fato lamentável estão sendo investigadas."