"A princípio, [as vítimas] acharam que fosse um assalto", afirmou ao g1 Janete Bogo, de 40 anos, a filha de um dos idosos mortos após mãe e filho invadirem e atirarem em uma casa durante um almoço em Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso, neste domingo, 21.
A pecuarista Ines Gemilaki e o médico Bruno Gemilaki Dal Poz fugiram após o crime e são procurados pela Polícia Civil.
As vítimas dos disparos de arma de fogo foram identificadas como Pilson Pereira da Silva, de 69 anos, e Rui Luiz Bogo, de 81, pai de Janete. No entanto, as investigações apontam que o crime, na verdade, tinha como alvo o dono da residência onde ocorria a confraternização. O homem, que não foi atingido pelos disparos, teria feito ameaças públicas contra os investigados, em razão de um processo referente a um contrato de aluguel.
A filha de Rui relatou que todos que estavam na residência mantinham uma relação cordial com a família de Ines. No momento do ocorrido, oito pessoas estavam na propriedade quando a pecuarista e seu filho médico entraram, ambos portando armas de fogo e realizando diversos disparos. O ato foi capturado pelas câmeras de segurança. Após os tiros, mãe e filho fugiram do local.
"Meu pai [Rui Bogo] nem saiu da mesa, porque viu que era a Ines e ele jamais imaginaria que ela faria isso. O portão estava aberto, eles chegaram e entraram. Meu pai infelizmente permaneceu sentado", afirmou Janete.
Janete explicou que reside com seu esposo em Sorriso, mas foi informada sobre o ataque à residência por meio de uma ligação de sua irmã.
A mãe e o filho foram vistos ainda durante a tarde de domingo, adquirindo cerveja, água e refrigerantes enquanto transitavam pela cidade de Matupá, situada aproximadamente a 13 km do local do homicídio. O momento foi registrado por uma câmera de segurança na conveniência do posto de combustível.
Marido de Ines e irmão dele foram presos
Na manhã desta terça-feira, 23, policiais civis conseguiram prender outras duas pessoas suspeitas de estarem envolvidas no crime. Márcio Ferreira Gonçalves, que é marido de Ines e padrasto de Bruno e já era procurado pelo crime, e seu irmão Eder Gonçalves Rodrigues, que confessou a participação no duplo homicídio, foram presos em uma residência na região central de Alta Floresta.
De acordo com a polícia, Eder confessou a participação no crime, dizendo ser a pessoa que entrou invadiu a casa e efetuou os disparos com Inês e Bruno. Durante a execução do crime, Márcio ficou na caminhonete Ford Ranger, do lado de fora da residência, aguardando para ajudar os comparsas na fuga.
"Com as prisões, foi possível identificar um quarto envolvido no crime, até então desconhecido, uma vez que acreditávamos que o homem de camiseta preta que entrou na casa e efetuou os disparos era o Márcio, marido e padrasto dos outros dois autores do crime", disse a delegada Anna Marien, responsável pelas investigações.
Depois de localizados, os dois suspeitos foram conduzidos à Delegacia de Alta Floresta. O delegado Thiago Marques Berger representará pela conversão do flagrante em prisão preventiva.
O Terra tenta localizar a defesa dos suspeitos citados. O espaço segue aberto para manifestações.