Há exatos 10 anos da tragédia com o voo JJ3054 da companhia aérea TAM em São Paulo, um sentimento de frustração atinge as famílias das 199 vítimas fatais. Até hoje, ninguém foi responsabilizado pelo acidente.
Ainda em 2007, a Polícia Federal começou a investigação formal da tragédia e que foi concluída dois anos e meio depois, sem apontar culpados. Para os policiais, não havia como relacionar pessoas fora da aeronave com o acidente, apontando como uma possível causa, um erro de um dos pilotos.
Já para os procuradores, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, o ex-diretor de segurança da TAM Marco Aurélio Miranda e o ex-vice-presidente da companhia Alberto Fajerman tinham responsabilidade no caso. Porém, os dois julgamentos em primeira e segunda instância absolveram as três pessoas indiciadas pela Procuradoria.
A Justiça julgou que não havia provas suficientes e os três foram absolvidos, em um caso que pode parar nas instâncias superiores em Brasília. Usando um relatório do Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), os magistrados entenderam que as condições da pista ou climáticas não foram decisivas para o acidente.
Isso porque a aeronave deveria estar em ponto morto quando tocou a pista, mas estava com um dos manetes, que controlam as turbinas, em posição de aceleração. Não se sabe se o problema foi causado por um erro no sistema ou por uma falha humana.
O voo
O avião Airbus A320 partiu da cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com 187 pessoas a bordo. O destino final era o aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade de São Paulo. Com uma chuva no momento do pouso, que iniciou às 18h44, a aeronave começa a se aproximar da pista.
Às 18h50, o avião passa reto pela pista de Congonhas e, apesar de ser possível ouvir gritos de "vira, vira, vira agora", a aeronave não desacelera, vira à esquerda e atinge em cheio um prédio da TAM, onde outras 12 pessoas morreram.