Agência dos Correios faz greve por causa dos assaltos no RJ

7 ago 2014 - 14h51
(atualizado às 14h55)
Os funcionários dos Correios do Rio de Janeiro  fazem uma paralisação por medo de assaltos
Os funcionários dos Correios do Rio de Janeiro fazem uma paralisação por medo de assaltos
Foto: Agência Brasil

Trabalhadores dos Correios do Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) de Pilares, zona norte do Rio, paralisaram nesta quinta-feira, as atividades, por falta de segurança na unidade. Nos últimos meses, o centro de distribuição sofreu vários assaltos a veículos, para roubo de carga. Cerca de 38 carteiros e 14 funcionários paralisaram as atividades na unidade, que distribui correspondências a milhares de pessoas em uma área que abrange os bairros Abolição, Piedade, Pilares, Cavalcante, Inhaúma, Thomaz Coelho e parte de Benfica.

"Nós estamos sofrendo assaltos diariamente.  De cada três viaturas que saem, uma ou duas são assaltadas. Elas já saem visadas e quando abrem o portão, os assaltantes já estão posicionados para roubar a carga", disse a diretora do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), Edna Barros.

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Edna Barros conta que a segurança na unidade contribui para a onda de assaltos, que já dura meses, sem que nenhuma providência seja tomada. "Eles (os bandidos) estão todos próximos da nossa unidade, já que nós trabalhamos com cargas valiosas. Nada mais do que justo e evidente que tem que ter segurança. Alguns funcionários já foram agredidos por pessoas que vem na unidade retirar suas encomendas. Não que o segurança possa impedir totalmente, mas pelo menos as pessoas já vão pensar duas vezes antes de ameaçar um companheiro, antes de querer assaltar".

Edna disse ainda que algumas reivindicações feitas aos Correios foram atendidas, como a troca do portão, mas que os trabalhadores continuam pedindo a escolta para as veículos que fazem entregas e pelo menos um segurança na porta da unidade. "Por enquanto eles ainda não estão entrando na unidade para assaltar, até porque agora o portão já é automático, mas nós temos o outro portão que tem que ficar aberto, pois as pessoas tem de ter acesso à agência para retirar suas encomendas".

Nós fizemos reuniões com a presença do sindicato, dos representantes da empresa e essa semana nós fizemos outra assembleia e demos prazo até hoje para colocar aqui (na unidade) pelo menos um segurança patrimonial. A empresa não só não nos atendeu como também nenhum representante dos Correios compareceu aqui. Nós estamos aqui com representantes do sindicato e estamos respaldados por documentos dessa paralisação. Como nenhum representante compareceu até às 12h, nós liberamos os funcionários e amanhã, na parte da manhã, caso não compareça, nós continuaremos a nossa paralisação", ressaltou. 

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Segundo relato de Edna, quando o motorista é assaltado, ele precisa ir na sede da Polícia Federal para fazer o boletim de ocorrência, depois ele vai para empresa informar sobre a carga roubada. Na sequência passa pela assistente social e, como os assaltos se repetem muito, os motoristas estão traumatizados. "Eles se afastam e, no lugar deles, remaneja-se carteiro pedestre para sair na viatura e o mesmo acaba acontecendo: esse que foi remanejado é assaltado e passa pelo mesmo processo".

Em nota, os Correios informaram que agem em parceria com as autoridades de segurança estadual e federal na prevenção a assaltos. A empresa vem mantendo contato direto com o 3º Batalhão da Polícia Militar que já providenciou o policiamento ostensivo na região de Pilares.

Na sede da empresa, no Rio de Janeiro, funciona o Núcleo de Repressão a Crimes Postais, órgão da Superintendência da Polícia Federal, com atribuição exclusiva de apurar os delitos postais e investigar roubos, identificando quadrilhas que atuam contra os trabalhadores dos Correios e contra o patrimônio público. A empresa também presta assistência médica e acompanhamento psicológico aos profissionais que são vítimas de violência. O órgão informa ainda que vai colocar em prática um plano de contingência para atender à distribuição de correspondências no bairro.

Agência Brasil
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