O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira que existe a possibilidade de antecipar a retirada da segunda parte do volume morto do Sistema Cantareira caso o nível da reserva técnica continue caindo. Hoje, o Cantareira amanheceu com 5,1%, mas o secretário de Recursos Hídricos Mauro Arce havia dito que a nova captação de água do volume morto aconteceria apenas em 21 de novembro.
“As obras estão praticamente prontas. Se houver necessidade esses 5% já vão virar 16% no dia seguinte. A segunda reserva técnica é de 108 milhões de metros cúbicos para uma reservação de 960 milhões, o que equivale a aproximadamente 11%. Vai ser encaminhado à ANA (Agência Nacional das Águas), que já deu autorização para as obras, o pedido para sua utilização. Deve ser encaminhado ainda hoje”, disse Alckmin.
O nível do Sistema Cantareira vem caindo diariamente, assim como o do Alto Tietê, que já alcança 10,9% de volume de água. Há pouco mais de duas semanas, a Sabesp - estatal estadual responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos em municípios do Estado de São Paulo - reafirmou que o abastecimento está garantido até março de 2015, com autorização e obras para utilização de uma "segunda cota" da reserva técnica do Sistema Cantareira.
Essa segunda etapa do volume morto pode elevar o nível do sistema em 10,7 pontos percentuais, quando começar a ser utilizada.
A primeira etapa de bombeamento, que teve início em maio deste ano, captou 105,5 bilhões de litros do reservatório Jaguari-Jacareí. No fim de agosto, 77 bilhões de litros começaram a ser retirados da represa Atibainha. De acordo com a Sabesp, foram gastos R$ 80 milhões em obras para abastecimento da população.
São Paulo enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 80 anos. Temperaturas mais altas que a média no início do ano aliadas a chuvas fracas no período não recuperaram as represas para o atual período do inverno, quando a pluviosidade normalmente é significativamente menor.
Ajuda a Aécio em SP
Com a popularidade em alta, já que foi reeleito com 57% dos votos ainda no primeiro turno no Estado de São Paulo, Alckmin tentará ajudar o candidato tucano à presidência Aécio Neves. Questionado sobre a possibilidade de a crise hídrica paulista afetar a campanha de Aécio, Alckmin rechaçou a possibilidade.
“A população separa muito bem as coisas, entende. Atravessamos a maior seca do século. Não foi exclusivamente São Paulo. 20% dos municípios brasileiros estão em emergência por conta da crise hídrica. Estamos garantindo com planejamento, obra, uso racional da água”, afirmou o governador.
O governador de São Paulo afirmou que pretende entrar com força na campanha de Aécio para derrotar a petista Dilma Rousseff. Porém, a ideia de Alckmin é participar das agendas apenas à noite e aos finais de semana. “Vamos estar juntos à noite, finais de semana. Devo ir a alguns Estados também”.