O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quarta-feira que poderá usar água da represa Billings para abastecer os sistemas Guarapiranga e Alto Tietê, que também sofrem as consequências da seca. Juntos, os dois sistemas são responsáveis pelo fornecimento de água de quase 10 milhões de pessoas na Grande São Paulo.
“O trabalho vai ser em torno da represa Billings, porque a Billings é maior que o Cantareira, tem 1,2 bilhão de metros cúbicos e está com mais de 50% da reserva. Então pode ajudar o Guarapiranga e o Alto Tietê”, disse Alckmin durante um evento em Taboão da Serra (Grande SP).
O sistema Guarapiranga, que atende mais de 5 milhões de pessoas, opera com 38,2% de sua capacidade nesta quarta-feira. No Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de paulistas, a situação é mais crítica: o nível do sistema está em 10%.
Segundo Alckmin, a represa Billings já abastece o sistema Guarapiranga, e a ideia é aumentar a vazão. "A Billings já atende o Guarapiranga através de um braço chamado Taquecetuba. Nós vamos aumentar (a vazão). Acho que podemos colocar mais um metro cúbico por segundo da Billings para a Guarapiranga e quatro metros cúbicos por segundo para o Alto Tietê", afirmou.
Um dos maiores problemas da proposta é água poluída da represa Billings, contaminada por despejo de esgoto. O governador não deu detalhes de como nem quando seria feita a mudança, mas o Palácio dos Bandeirantes informou que a proposta está sendo estudada pela Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp).
Cantareira
A captação de água da represa Billings não resolve o problema do Cantareira, que atende mais de 6 milhões de pessoas e está à beira do colapso, com 5,5% de sua capacidade. Nesta terça, o governador disse que ainda não há previsão de usar a terceira cota da "reserva técnica" - conhecida como "volume morto".
"Não tem nenhuma previsão e nós não pretendemos utilizá-la por enquanto", afirmou o tucano.