Alckmin cita 'mantra' de direito de ir e vir e vê oportunismo em protestos

14 jun 2013 - 18h21
(atualizado às 21h04)
<p>Protesto em frente à sede da Rede Globo causou congestionamento na região da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini nesta sexta-feira</p>
Protesto em frente à sede da Rede Globo causou congestionamento na região da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini nesta sexta-feira
Foto: Fernando Borges / Terra

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou na noite desta sexta-feira que vê "ações coordenadas" oportunistas no movimento que cobra a suspensão do reajuste das tarifas de transporte público na capital paulista e em outras cidades do País. Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, Alckmin reiterou por diversas vezes "a defesa do direito de ir e vir" da população e garantiu que não permitirá que os manifestantes prejudiquem a circulação de veículos e pessoas.

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"Nós temos observado, de forma reiterada, o grupo de líderes do movimento promovendo atos de violência. Veja que na última terça-feira foram 80 ônibus depredados. Ontem não foi maior a depredação pela ação da polícia, e foram 48 ônibus entre depredados e pichados. Tivemos 13 policiais feridos. (...) É dever da polícia garantir o direito de ir e vir das pessoas, quem quer trabalhar, poder voltar para casa. O comércio poder abrir, a preservação do patrimônio público e privado", disse o governador ao apresentador José Luiz Datena. "Foi um rastro de destruição e é uma coisa organizada. Teve protesto no Rio, teve em Belo Horizonte, em Porto Alegre... em porto alegre nem aumento de tarifa teve", criticou. Segundo o governador, a polícia não pode compactuar com ações deliberadas que prejudiquem "a coletividade". "Parte deste movimento procura justamente fazer manifestações em área de grande circulação, prejudicando a população, em horário de rush, que é o horário da mídia. Isso é escolhido cirurgicamente, matematicamente, o horário que dá mais impacto", denunciou.

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Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em verdadeiros cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.

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Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, vários jornalistas que cobriam o protesto foram detidos, ameaçados ou agredidos.

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As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.

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Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota. 

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

Colaborou com esta notícia o internauta Filipe Schmid, de São Paulo (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

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Fonte: Terra
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