Alckmin nega 'transposição' em projeto contra falta d'água

20 mar 2014 - 16h50
(atualizado às 16h52)
Alckmin esteve reunido com o prefeito de Campinas para explicar projeto para evitar desabastecimento
Alckmin esteve reunido com o prefeito de Campinas para explicar projeto para evitar desabastecimento
Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), esteve reunido no final da manhã desta quinta-feira com o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), e negou que fará uma "transposição", mas na verdade uma interligação de 15 quilômetros de dutos e parte de túnel entre as represas Atibainha e Jaguari para guarnecer de água bruta a grande São Paulo e parte do interior. O anúncio é uma resposta ao receio de risco de desabastecimento e quer impedir o racionamento no fornecimento de água tratada.

O Sistema Cantareira, que abastece boa parte da capital e distribui água para as bacias que compõe os mananciais da região de Campinas, vem registrando baixa vazão histórica no inicio deste ano. No boletim divulgado nesta quinta-feira, a capacidade de água no Cantareira era de 14,6%.

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Segundo o governador, quando a redução do volume de águas chega a 35% a solução é utilizar a reserva no Atibaianha. "É uma obra que não demora e é para esse ano", disse. "É um estudo antigo, essa interligação, e o projeto seria para 2020. mas agora a proposta é de execução imediata." O governador disse que a utilização da água do rio Paraíba para fazer a interligação entre as duas represas não irá prejudicar os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

"Estivemos conversando com a presidente Dilma, com a ministra (do Meio Ambiente) Izabella Teixeira, com o governador de Minas, o Anastasia, e com o (governador do Rio de Janeiro) Sérgio Cabral. São bacias diferentes, não é transposição, e o trabalho é um sistema de bombeamento duplo", afirmou Alckmin.

O governador paulista disse que a estiagem em período atípico surpreendeu os técnicos. Nos anos de 2010, 2011 e 2012 houve excesso de chuvas e risco de enchentes quando foram ultrapassadas 75% do nível das represas. "Por conta disso, as comportas foram abertas."

O governador disse também que a reserva do volume morto, que está no fundo do Cantareira, será usado para guarnecer as empresas de distribuição de água para a população. "O volume morto é uma reserva de 400 milhões de metros cúbicos e será usada", disse.

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"Essa seca na região é a maior dos últimos 80 anos. A nossa resposta veio em economia de consumo em 10%, que no período de um mês daria para abastecer por um dia 82 mil pessoas", afirmou o prefeito de Campinas. No inicio de fevereiro, Donizette assinou decreto lei de vistoria e multa para morador flagrado fazendo mal uso da água no valor de três vezes a ultima conta de água. Nenhum morador chegou a ser multado.

Fonte: Especial para Terra
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