Um dia após a reeleição em primeiro turno, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), se confundiu durante entrevista coletiva nesta segunda-feira e disse que “não tem água” na capital. “Não tem falta” (de água), corrigiu-se, na sequência.
Alckmin falava com os jornalistas sobre a possibilidade de racionamento de água no Estado, já que os relatos de interrupção no abastecimento tanto na capital quanto em cidades do interior são recorrentes e anteriores ao primeiro turno da disputa ao governo. Além disso, a primeira reserva técnica do reservatório da Cantareira está próximo do fim.
Para o governador, não apenas “não há e não haverá racionamento”, como os problemas levantados por consumidores “são pontuais”.
“Houve uma economia em praticamente 78% da região metropolitana de São Paulo com os bônus (por queda de consumo). Quando se faz o racionamento, zera a pressão, e quando a água volta, você tem um problema maior de perda”, justificou o governador, segundo o qual o bônus deverá ser estendido até a estação das águas, que vai até o final do verão. A medida foi implementada pela Sabesp em março e prevê desconto de 30% no valor da conta de quem economizar ao menos 20% do consumo.
“Não tem falta de água. É só mandar para nós (os relatos de interrupção do fornecimento) que nós verificamos”, definiu Alckmin, para quem “é suficiente” o segundo volume técnico do Cantareira, ainda a ser utilizado. “Houve muita exploração política (do tema racionamento). Acabou o inverno, estamos na primavera, e não vai faltar água”, concluiu. A segunda reserva técnica (ou “volume morto”) do Cantareira tem 108 bilhões de metros cúbicos de água.
Apesar de o governo paulista negar racionamento, em agosto passado comerciantes da zona norte de São Paulo relataram cortes no fornecimento durante toda a madrugada. A Sabesp, à época, negou que o problema existisse.
A entrevista do governador aconteceu no comitê de campanha do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), que ontem avançou ao segundo turno da disputa, contra a presidente Dilma Rousseff (PT), ao obter 33,55% dos votos válidos. A petista ficou com 41,59%. Marina Silva, do PSB, que disputava a vaga de segundo turno com Aécio, ficou em terceiro lugar, com 21,32%.
Sobre o novo mandato, que começa dia 1º de janeiro do ano que vem, Alckmin admitiu a possibilidade de troca de secretários e um ajuste fiscal que reduza "os gatsos correntes, a fim de melhorar a eficiência". "Queremos melhorar os serviços públicos e avançar nos investimentos em saúde, educação, segurança. E como não vamos partir do zero, vamos acelerar", resumiu.