O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), repercutiu com jornalistas, durante visita ao Salão Internacional do Automóvel em São Paulo, a liminar concedida na última semana pela Justiça de São Paulo que proíbe o uso de bala de borracha pela Polícia Militar (PM) durante manifestações. Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a PM recorrerá da decisão.
"Decisão Judicial se cumpre. Se cabe recurso, vamos verificar. A polícia é bem treinada para preservar o direito de ir e vir das pessoas, o direito de manifestações, mas sem vandalismo e depredação do patrimônio. É isso que se deseja. A população é favorável a manifestações, mas radicalmente contra a destruição. Ninguém quer usar bala de borracha, mas às vezes é necessário para preservar a ordem pública", disse.
A questão da falta de água em municípios da Grande São Paulo também não ficou de fora. Alckmin comentou sobre o pedido do fim da cobrança de impostos federais para as empresas de saneamento feito à presidente. A desoneração de impostos da Sabesp, segundo ele, poderia ser benéfica durante a crise hídrica que afeta o estado de São Paulo.
"Pode ajudar muito porque só a Sabesp, que é uma empresa de saneamento, pagou nos últimos quatro anos R$ 2 bilhões e meio de reais de PIS/COFINS para o Governo Federal. Não existe imposto municipal, nem estadual, você tem uma carga tributária muito elevada sobre água e esgoto. É estritamente federal, então se você desonerar o setor de saneamento, o Brasil todo vai poder investir mais."
Questionado pelos repórteres, o governador negou que tenha tomado a decisãoa penas agora. "A presidente Dilma prometeu há quatro anos desonerar o setor, todos os candidatos prometeram na eleição de 2010. Desoneraram para muitas áreas mas não para a água. Invés de pagar 600 milhões por ano, você terá 600 milhões a mais para investir. Essa pauta já está colocada, prometida e é necessária. É justa sob o ponto de vista social. Vamos levar para todos os governos estaduais e municipais porque todo mundo paga, o impacto é imediato."
O governador voltou a negar que o povo paulista enfrentará racionamento de água. "Ainda sequer entramos na segunda reserva técnica, que está toda preparada. Estamos 1,2 acima da segunda reserva técnica e já ultrapassamos o período mais crítico. Cada dia que passa está mais perto do tempo das águas. As mudanças climáticas exigem aumentar os reservatórios. Estamos ampliando a capacidade de reservação."