Diante da pior crise de abastecimento da história, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) estuda criar um alerta para dar início ao rodízio oficial de água. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) confirmou que a medida está sendo discutida, mas não deu mais detalhes da ação.
“Essa é uma decisão técnica que, na hora em que estiver madura, a Sabesp vai falar”, disse Alckmin nesta segunda-feira. “Isso não está definido. Na hora em que for definido será feita toda uma explicação”, completou o governador, que tenta evitar um anúncio de rodízio.
Dos seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana, o Sistema Cantareira é o maior (atende 6,2 milhões de pessoas) e também o mais prejudicado pela crise: nesta segunda-feira, o Cantareira opera com 5,9% de sua capacidade, já na segunda cota do volume morto (reserva técnica).
‘Não há corte de água’
Alckmin, que tenta minimizar o desgaste político provocado pela crise da água, afirma que muito “trabalho” é feito para que um rodízio seja evitado. O tucano nega que algumas regiões já sofram cortes de água e afirma que o que ocorre é apenas “redução de demanda” – ou seja, redução de pressão.
“Já fizemos um avanço importante de redução de demanda. Ela era de mais de 70 metros cúbicos por segundo, hoje é 54”, disse Alckmin. “Não há (corte no fornecimento). Você não tem nenhum caso de pressão zero. O que você tem é válvula redutora de pressão. A válvula redutora de pressão permite uma economia importante, porque você reduz à noite, de madrugada, e diminui as chamadas perdas invisíveis.”
De acordo com o governador, o maior problema diz respeito às residências que não têm caixa d’água. “Tendo uma reserva para 24 horas, ela não percebe, é imperceptível. O problema é que você tem pessoas que não têm caixa d’água, então nós estamos distribuindo caixas d’água (de 500 e 1.000 litros) para que todos tenham reserva para 24 horas”, disse Alckmin, lembrando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que cada pessoa precisa de 110 litros de água por dia.
Obras no Alto Tietê
O governador disse que “nos próximos dias” será iniciada uma obra que visa aumentar o volume de água do Sistema Alto Tietê, que atende 4,5 milhões de pessoas e também está em situação crítica, com apenas 12,6% de sua capacidade nesta segunda-feira.
De acordo com Alckmin, a obra de ligação entre o Rio Grande e o Sistema Alto Tietê será feita pela própria Sabesp e envolve a construção de uma estação elevatória em uma região que deverá ser desapropriada.
“É a própria Sabesp que vai fazê-la, então não vai ter licitação. A licitação será só para comprar tubos, são 11 km de distância. Vamos ter uma reunião ainda hoje para poder detalhar o início da obra, tem pouca desapropriação”, disse o tucano.
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