Alunos da PUC-Rio fecham autoestrada em protesto contra prisões

17 out 2013 - 18h42
(atualizado às 18h46)
<p>Estudantes da PUC-Rio protestam contra prisão de colegas</p>
Estudantes da PUC-Rio protestam contra prisão de colegas
Foto: Luiz Roberto Lima / Jornal do Brasil

Dezenas de estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) fecharam a Autoestrada Lagoa-Barra, sentido São Conrado, no acesso ao Túnel Acústico, nesta quinta-feira, em protesto contra a prisão dos colegas Ciro Oticica e Pedro Castelo Branco, detidos após as manifestações na noite de terça feira no centro do Rio. 

A ausência de qualquer tipo de provas materiais com os manifestantes, que pudesse caracterizar atos de vandalismo, é para os estudantes da PUC um cerceamento dos direitos à livre manifestação e de perseguição política. Segundo eles, possivelmente a represália foi ao fato do estudante Ciro Oticica ter sido um dos últimos a deixar a ocupação interna da Câmara de Vereadores, feita por manifestantes e professores.  

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Para João Tinoco, membro do Diretório Central de Estudantes (DCE) - Roda Viva, a manifestação de resistência dos estudantes é “legítima e necessária nesse momento de caos político, de abuso de poder e do esgotamento da representatividade do governo do Estado”. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

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A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Jornal do Brasil
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