Quatro dias depois do temporal da última sexta-feira, 3, mais de 30 mil endereços continuavam sem luz em São Paulo na noite desta terça-feira, 7, de acordo com boletim divulgado pela Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica na cidade.
"A Enel Distribuição São Paulo informa que resta normalizar o fornecimento de energia para cerca de 30.200 clientes que foram impactados pelo vendaval na última sexta-feira, o que representa 1,43% do total de consumidores afetados", informou a empresa.
Na última sexta-feira, 3, um temporal com ventos de mais de 100 km/h provocou a queda de centenas de árvores na cidade, derrubando o fornecimento de energia elétrica em grande parte da capital - mais de 2 milhões de endereços chegaram a ficar sem luz.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a afirmar na segunda-feira, 6, que pretendia recorrer à Justiça já na quarta-feira, 8, caso a Enel não normalizasse o serviço nesta terça-feira, 7.
"Vou entrar na Justiça porque eles fizeram um compromisso público comigo de restabelecer a energia até terça. Eu não tenho o poder de fiscalização, já que eles são regidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Portanto, se não cumprir o prazo, vou entrar na Justiça", afirmara o prefeito.
Já Promotoria do Consumidor propôs à Enel nesta terça-feira, 7, que indenize os 2,1 milhões de imóveis afetados pelo apagão. Os representantes do Ministério Público de São Paulo (MPSP) buscam um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a concessionária, mas cogitam o ajuizamento de uma ação civil pública no caso de uma negativa ao pagamento de danos morais e materiais. A concessionária tem um prazo de 15 dias para responder. Os valores ainda estão em discussão.
As fortes chuvas deixaram ao menos oito pessoas mortas no Estado. Mais de 40 municípios, incluindo a capital paulista, tiveram ocorrências por queda de árvores. Foram mais de 2 mil chamados para ocorrências de acordo com as defesas civis e o Corpo de Bombeiros em todo o Estado.
Protesto
Moradores da zona sul sem energia elétrica fizeram um protesto na avenida Giovanni Gronchi, na região do Morumbi, nesta terça-feira. Um policial foi baleado durante a manifestação. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, a bala atravessou a perna do PM, que foi levado ao hospital para atendimento médico. Não foi informado o seu estado de saúde.
Ainda de acordo com a SSP, a Polícia Militar acompanhava o protesto quando a avenida começou a ser bloqueada após os moradores colocarem fogo em objetos. Os policiais se protegeram atrás de escudos e relataram que alguns manifestantes portavam "coquetéis molotov".