Após 7 horas, sequestrador de hotel no DF se entrega

Após solucionar o caso, polícia constata que arma e explosivos utilizados por sequestrador eram falsos

29 set 2014 - 11h43
(atualizado em 30/9/2014 às 10h19)
<p>Homem armado invade o hotel Saint Peter Brasília, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília (DF), na manhã desta segunda-feira (29), e mantém o mensageiro do estabelecimento, de 60 anos, refém</p>
Homem armado invade o hotel Saint Peter Brasília, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília (DF), na manhã desta segunda-feira (29), e mantém o mensageiro do estabelecimento, de 60 anos, refém
Foto: Luís N. Oliveira / Futura Press

O homem que fazia um funcionário do hotel St. Peter refém, desde as 9h da manhã desta segunda-feira, em Brasília, se entregou após sete horas de negociação com a polícia. Ele mantinha a vítima sob a ameaça de uma pistola de brinquedo e com um colete de explosivos falsos, e exigia uma reforma política, a aplicação da lei da Ficha Limpa e a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti.

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Jac Souza dos Santos chegou ao prédio do St. Peter por volta das 6h na condição de hóspede e abordou o mensageiro do hotel, de aproximadamente 50 anos, de maneira aleatória. A polícia foi acionada por volta das 9h, e o hotel foi evacuado.

Transtornado, o homem ameaçava a todo momento explodir o hotel caso não tivesse suas reivindicações atendidas. A escolha do 13º andar foi política, de acordo com os investigadores, por se tratar do mesmo número do PT, partido que governa o Brasil há 12 anos. 

"Ele diz que queria uma reforma política, que o Brasil é um gigante que queria acordar", disse o delegado Paulo Henrique Almeida, da divisão de comunicação. Após análise do colete colocado na vítima, a polícia constatou que se tratavam de seis tubos de PVC com terra dentro, após ter dado como "quase certa" a possibilidade de serem verdadeiros. A arma também chegou a ser considerada real pela corporação, mas era um simulacro.

O hotel Saint Peter ficou nacionalmente conhecido por ter oferecido um emprego com salário de R$ 20 mil ao ex-ministro José Dirceu depois de preso pelo mensalão. O petista acabou recusando a oferta depois de a TV Globo noticiar que a administradora do hotel tinha sede em um paraíso fiscal. A defesa do sequestrador disse que ele desconhecia a ligação do hotel com o ex-ministro.

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Santos é natural do município de Combinado, no Tocantins. Ele é filiado ao Partido Progressista, e já trabalhou como secretário de Agricultura da cidade, após não ter conseguido se eleger vereador nas eleições de 2008. Segundo relatos de conhecidos, a família afirmou que Jac sofria de problemas psicológicos.

Tia de criação do sequestrador, Alcides Alves Góes disse ter ouvido do sobrinho em janeiro que a família teria uma surpresa durante o ano. "Ele sempre gostou de política e achava que ela era feita de forma errada no Brasil. Ele dizia que queria consertar", disse, enquanto esperava a rendição no Setor Hoteleiro Sul. . Ao se entregar, o criminoso entregou para os investigadores um CD no qual pede desculpas e pede para o "gigante acordar".

A Polícia Civil também encontrou cartas de despedida de Santos nas quais pedia desculpas a familiares e avisava que estava desesperado para "mudar o panorâma político do Brasil". Ele foi levado para a 5ª DP de Brasília, onde foi autuado por sequestro agravado, com pena prevista de dois a oito anos de reclusão. Ele ficará preso. 

Para a mídia

O advogado de Jac, Carlos André do Nascimento, afirmou que seu cliente agiu para chamar a atenção da mídia. O defensor acredita que o rapaz está passando por algum transtorno psicológico. "Ele me relatou que isso foi uma atitude para chamar a atenção da mídia, porque, segundo ele, está extremamente insatisfeito com a forma com que a política vem ocorrendo no Brasil", disse.

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"Acredito que ele está passando por algum transtorno. Conversei com a família dele e disseram que ele tentou o suicídio há alguns dias", afirmou o advogado.

Fonte: Terra
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