O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou nesta terça-feira que o apagão nas regiões Sul e Sudeste ocorreu em decorrência de um desligamento seletivo do sistema elétrico de modo a preservar que uma falha se propagasse. Zimmermann afirmou que cabe ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) avaliar a ocorrência que levou à falha. O governo federal reiterou também que a estiagem e a redução dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas não ameaça do abastecimento de energia elétrica no País.
"Sempre que tem uma ocorrência no sistema, existe algum desligamento e cai", disse. "Nesse caso, o que o ONS vai avaliar é uma ocorrência que atingiu 8% da carga no Sul e no Sudeste e aí automaticamente para evitar que o sistema tenha problemas mais sérios." Zimmermann acrescentou que "houve uma atuação automática do sistema". "É previsto isso", afirmou.
Na tarde desta terça-feira, uma falha no Sistema Interligado Nacional afetou o fornecimento de energia em diversos municípios nas regiões Sul e Sudeste. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o problema interrompeu o fluxo de 5 mil MW para essas regiões.
Para evitar a propagação do evento, houve o desligamento automático de cargas pré-selecionadas pelos agentes distribuidores locais, visando restabelecer a frequência do sistema. A falha aconteceu às 14h03. O ONS afirma que às 14h41 a interligação Norte-Sudeste foi religada e a frequência normalizada.
O sistema interligado brasileiro de distribuição de energia "trabalha com tranquilidade, dentro do equilíbrio estrutural normal entre oferta e demanda", disse o secretário. Zimmermann informou que a falta de energia, que afetou consumidores de 11 Estados, "não tem nada a ver com estresse do sistema", não está relacionado com aumento do consumo de energia nem foi provocado por excesso de calor. "Não sabemos as causas do desligamento, que aconteceu na rede entre Tocantins e Goiás e o Operador Nacional do Sistema Elétrico [ONS] está apurando o que houve", disse.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, alegou também que "aparentemente houve sucesso" no evento. Ele fez a ressalva de falar antes de um diagnóstico por parte do ONS. "Aparentemente o sistema funcionou como tinha de funcionar porque evitou que o Sudeste também apagasse. O que poderia ter acontecido? Eventos como aquele que apagou o Nordeste todo", disse Tolmasquim.
Para governo, não há risco de desabastecimento
De acordo com o ONS, os níveis dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste encerraram janeiro com 40,57% de abastecimento de água. Juntas, as duas regiões são responsáveis por 70% da energia produzida no Brasil.
"Quando você tem um sistema ou de água ou de energia que não tem um equilíbrio estrutural, você pode trabalhar com risco grande de você ter de vir a trabalhar com racionalização de consumo. Não é o caso do setor elétrico brasileiro", disse o secretário-executivo no Ministério de Minas e Energia.
Com informações da Agência Brasil.