Após crime, adolescente que matou família se passou pelo pai em mensagem a colega da Guarda Municipal

Isac Tavares, pai do adolescente, era guarda civil municipal e filho enviou mensagens a colegas de trabalho dele se passando pela vítima

23 mai 2024 - 09h07
(atualizado às 09h52)
Após crime, adolescente que matou família se passou pelo pai em mensagens a colega da Guarda
Após crime, adolescente que matou família se passou pelo pai em mensagens a colega da Guarda
Foto: Reprodução/Brasil Urgente

O adolescente de 16 anos que matou a família em São Paulo se passou pelo pai após o crime. Prints de uma troca de mensagens divulgadas pelo programa Brasil Urgente, da Band, mostram que o jovem enviou mensagens a colegas de trabalho do guarda civil municipal Isac Tavares Santos, de 57 anos, para disfarçar a ausência da vítima no trabalho.

Isac Tavares, pai do adolescente que foi apreendido após confessar à polícia ter matado a família, trabalhava na Guarda Civil Metropolitana de Jundiaí, no interior de São Paulo. O crime ocorreu na sexta-feira, 17. No entanto, no sábado, 18, um colega de trabalho enviou mensagem ao guarda perguntando se ele não iria trabalhar. 

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“Bom dia, irmão, está de folga hoje?”, perguntou uma pessoa. O jovem então fingiu ser o pai e respondeu: “Bom dia, eu estou doente”. “Beleza Tavares, se precisar de alguma coisa, dá um alô para a gente. Melhoras aí”, respondeu o colega.

Adolescente foi apreendido após confessar ter matado os pais e a irmã
Foto: Reprodução/TV Globo

Os corpos de Isac, da esposa Solange Aparecida Gomes, de 50 anos, e da filha Letícia Gomes Santos, de 16, foram encontrados na noite de domingo, 19, após o adolescente acionar a Polícia Militar e confessar os homicídios. Os corpos tinham marcas de tiros e já estavam em processo de decomposição. 

Adolescente afirmou que gostava de irmã

O adolescente afirmou em depoimento à Polícia Civil que gostava da irmã, mas que atirou nela porque acreditava que ela poderia impedi-lo de matar a mãe. As informações foram dadas pelo delegado Roberto Afonso em entrevista à repórter Paola Patriarca, e divulgadas pela TV Globo. 

"Ele fala que deu um tiro na nuca do pai. Aí a irmã ouviu o disparo, e ele acessou o primeiro andar e efetuou um disparo no rosto da irmã. Aguardou a mãe chegar. A mãe chegou, e ele fez mais um disparo. Acertou a mãe. No dia seguinte, ele ainda pegou a faca e ainda esfaqueou a mãe porque ainda sentia raiva", disse a autoridade policial.

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Segundo relatado pelo próprio adolescente à polícia, ele pegou a arma do pai, e primeiro atirou contra ele. O disparo foi feito quando o agente estava na cozinha e de costas, por volta das 13h.

O menor também afirmou que tinha uma boa relação com a irmã, mas como a mãe chegaria na casa depois das 18h e ele queria matá-la, não iria conseguir manter a irmã em cativeiro e acreditava que ela poderia impedir o crime.

Então, segundo contou aos policiais, após atirar contra o pai, a irmã, que estava no primeiro andar da casa, ouviu o barulho do tiro e gritou. Em seguida, o adolescente foi até ela e atirou no seu rosto. A jovem morreu ainda no local.

A mãe chegou em casa apenas mais tarde, por volta das 19h. O adolescente afirma que ainda abriu o portão da garagem para que ela entrasse. Depois, ela teria entrada na cozinha e visto o corpo do marido, momento em que o adolescente também teria a matado. 

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"É um caso que sempre choca, né? Você tem familiares que foram assassinados por um outro familiar. É um homicídio intrafamiliar. Sempre chama atenção a frieza, porque são familiares. Matou três familiares e tem espaçamento de tempo. As questões nós vamos levantar, e mais pra frente vamos traçar um perfil do garoto. O Ministério Público, titular da ação penal, vai estabelecer da necessidade de rigidez mental para saber se ele estava em sã consciência. Vamos aguardar o laudo", afirmou o delegado.

Adolescente não demonstrou arrependimento

Ainda segundo o delegado Roberto, o adolescente ficou surpreso ao saber que seria apreendido, mas não demonstrou arrependimento.

"Ele tomou um susto. Foi uma surpresa pra ele que na hora que foi falado: 'você vai ser preso'. Ele se espantou com isso. A gente não sabe se ele estava fora da realidade com relação à apreensão ou pode ser que ele tenha considerado que é um adolescente. A gente vai estar analisando lá na frente", disse ele em entrevista à repórter.

Será realizada perícia nos celulares do pai, da mãe, da irmã, além do aparelho e computador do adolescente apreendido. A Polícia Civil também ouve vizinhos, amigos e familiares no inquérito policial que apura os crimes. É investigado se o menor agiu sozinho.

"A perícia será muito importante nos aparelhos dele, dos pais e irmã. No momento não podemos dizer se teve algum mentor. Até agora sabemos que era uma família pacata. Vamos aprofundar na investigação", destacou o delegado.

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Adolescente de 16 anos foi apreendido após confessar ter matado os pais e a irmã
Foto: Reprodução/TV Globo

Relembre o crime

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o crime ocorreu na casa em que a família morava, na Rua Raimundo Nonato de Sá, Zona Oeste de São Paulo. 

Os corpos, encontrados na residência da família na Vila Jaguara, apresentavam marcas de tiros e já estavam em processo de decomposição.

A arma e o celular do menor foram apreendidos e a perícia acionada. O adolescente foi conduzido à delegacia e, posteriormente, à Fundação Casa.

O caso foi registrado como ato infracional de homicídio - feminicídio, ato infracional de posse ou porte ilegal de arma de fogo e ato infracional - vilipêndio a cadáver no 33° DP (Pirituba).

 

Fonte: Redação Terra
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