Após execução de médicos, profissionais que foram ao Rio para congresso temem deixar hotel

Médicos vítimas de disparos em quiosque na Barra da Tijuca estavam na cidade para participar de um congresso

5 out 2023 - 11h09
(atualizado às 12h37)
Quiosque na Barra da Tijuca onde ocorreu crime
Quiosque na Barra da Tijuca onde ocorreu crime
Foto: Reprodução/TV Globo

Uma profissional da saúde que conhecia os médicos assassinados em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, afirmou ao jornal O Globo que os colegas que vieram para o mesmo evento que eles temem deixar o hotel onde estão hospedados. As vítimas, baleadas com 33 tiros, estavam confraternizando na capital fluminense, quando foram surpreendidas por um grupo de atiradores.

"O Rio de Janeiro é popular para congresso. A gente vem com uma certa frequência, mas não conhece a dinâmica do lugar e como isso funciona. Não pode sequer imaginar que atravessar a rua num bairro nobre, na Barra da Tijuca, para tomar um coco ou uma caipirinha e depois ir dormir possa ser motivo para isso. Não está entre as coisas que a gente imagina que vai viver. A gente se sente agredido, desrespeitado e triste. É um cenário de tragédia para nossa sociedade. A sensação é de medo e a reação das pessoas de não sair do hotel", afirmou a médica Tânia Mara.

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Segundo a profissional relatou ao jornal, ela chegou ao hotel por volta da meia noite de quarta-feira, 4, junto com os colegas que foram executados. Os médicos fizeram o ckeck-in antes, e ela até chegou a cruzar com eles enquanto subia para o seu quarto. No momento, as vítimas estavam descendo, possivelmente para ir até o quiosque onde ocorreu o crime.

Três médicos são mortos a tiros em quiosque na Barra da Tijuca (RJ)
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"Quando subi para o quarto eles estavam descendo. É realmente muito chocante e triste. São pessoas que merecem o nosso maior repeito", afirmou ao O Globo.

A médica ainda disse que está apavorada, pois nunca imaginou que isso poderia ocorrer ao ir para a cidade para um evento importante e de abrangência mundial.

"Eram colegas ótimos, maravilhosos, bons amigos, bons médicos, e foram acometidos pela violência urbana. A gente fica apavorada", lamentou. 

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Uma das vítimas era 'muito importante' em São Paulo

A médica Tânia Mara também destacou que uma das vítimas fatais, Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, era um médico muito importante e conhecido em São Paulo. Ele trabalhava no Hospital da Clínicas e era professor universitário. 

"Não imagino que eles tenham qualquer conexão [com o crime]. Estavam inseridos numa cena trivial de alguém que chega numa cidade e quer tomar uma cerveja e dar uma relaxada antes de dormir. Não tem absolutamente nada que os conecte com esse crime violento", defendeu.

Além de Corsato, também morreram Perseu Ribeiro Almeida, de 33, e Diego Ralf Bonfim, de 35, que é irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL). Outra vítima, identificada como Daniel Sonnewend Proença, foi atingida por ao menos três disparos, e está internada com quadro de saúde estável.

Autoridades falam em 'execução'

O ministro da Justiça, Flávio Dino, e o governador do Estado, Claudio Castro, veem o caso como execução. Segundo informações de O Globo, o bando armado disparou 33 vezes contra a mesa onde estavam quatro médicos

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Dino ainda determinou que Polícia Federal acompanhe as investigações, pois há a hipótese de relação com a atuação de Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) no parlamento. Os dois são deputados federais. Em agosto, Sâmia chegou a registrar boletim de ocorrência após ser ameaçada de morte

Fonte: Redação Terra
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