O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, preferiu não comentar a informação de que um documento apreendido na sede da Alstom, na França, indicaria que a empresa distribuiu propina para obter, em 1998, um contrato de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões, em valores da época) na gestão de Mário Covas (PSDB). Nesta segunda-feira, Alckmin pediu rapidez nas investigações e reiterou o compromisso do governo do Estado em solucionar o caso.
A denúncia, publicada no jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira, indica que integrantes da Secretaria de Energia e três diretorias da EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) participaram do esquema. Até o momento, a Polícia Federal só havia chegado até o intermediador da propina, o lobista Romeu Pinto Jr., que admitiu ter recebido recursos da Alstom para pagar suborno, mas alegou desconhecer os destinatários.
“Quero reiterar nosso compromisso com a investigação. Tem que se aguardar o resultado da investigação, que está em curso. Queremos que ela se faça o mais rápido possível porque é um fato que aconteceu há 16 anos e queremos o resultado”, disse Alckmin.
À época da assinatura do contrato, em abril de 1998, o secretário de Energia era Andrea Matarazzo, que ocupou o cargo por seis meses, e nega ter recebido propina. O documento menciona os destinatários do suborno por meio de siglas. "SE" era a forma como a Alstom chamava a Secretaria de Energia em comunicações internas, segundo papéis do inquérito da PF.
Quando questionado a respeito de Matarazzo, hoje vereador de São Paulo pelo PSDB, Alckmin voltou a afirmar que aguarda os resultados da investigação e preferiu não se estender sobre o caso. “Você tem uma denúncia que precisa ser apurada, investigada com rapidez”, repetiu.