Após quatro horas, termina protesto na zona sul de São Paulo

21 out 2013 - 10h26
(atualizado às 10h28)
Manifestantes protestaram na manhã desta segunda-feira por melhorias no transporte na zona sul da capital paulista
Manifestantes protestaram na manhã desta segunda-feira por melhorias no transporte na zona sul da capital paulista
Foto: Alice Vergueiro / Futura Press

Terminou às 9h o protesto que interditou a estrada do M’Boi Mirim, na zona sul da capital paulista, desde as 4h desta segunda-feira. Os cerca de 300 manifestantes, segundo a Polícia Militar, se dispersaram no Largo do Socorro

O ato ocorreu para pedir o retorno de mais de dez linhas de ônibus coletivos que servem a região e foram suspensas pela São Paulo Transporte (SPTrans). Eles pediam também a duplicação da estrada do M’Boi Mirim que, de acordo com André Ciola, integrante do Movimento Passe Livre, foi feita apenas até o terminal Jardim Ângela

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Os manifestantes reivindicam, além disso, mais qualidade no transporte público. "O pessoal está cansado de andar de pé no ônibus lotado, que demora para chegar no ponto, demora para chegar do ponto até o destino e você tem que descer várias vezes do ônibus e pegar outro", disse Ciola.

A Agência Brasil entrou em contato com a SPTrans e não obteve resposta até a publicação deste matéria.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil
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