Depois do tumulto registrado neste sábado, 18, na cidade de Pacaraima (RR), na fronteira do Brasil com a Venezuela, o governo pretende enviar 60 homens da Força Nacional de Segurança para o local. Eles deverão seguir nesta segunda-feira, 20, mas já estão de sobreaviso.
O presidente Michel Temer convocou uma reunião na manhã deste domingo, 19, no Palácio da Alvorada, para discutir a situação na fronteira. Participam os ministros da Segurança, Raul Jungmann, e do Gabinete Institucional, Sérgio Etchegoyen.
A situação em Pacaraima é de tensão, um dia depois que moradores tentaram expulsar os venezuelanos, após um assalto violento a um comerciante local, cometido supostamente por quatro imigrantes. Atingido na cabeça, o homem foi levado para um hospital da capital, Boa Vista, por causa dos ferimentos.
No tumulto, um acampamento improvisado foi queimado, bombas caseiras foram lançadas nas ruas e praças. Assustados, vários venezuelanos atravessaram a fronteira de volta a seu país.
O governo federal teme que a situação tensa em Pacaraima se estenda para Boa Vista e possa gerar um confronto generalizado nas duas cidades. Os brasileiros que moram em Roraima se queixam da criminalidade ter aumentado no Estado e da situação crítica que se vê nas cidades, por conta da "invasão" de venezuelanos, que criaram um colapso no sistema público local, além de estarem espalhados em acampamentos improvisados em todos os pontos das cidades.
Em nota, o governo federal afirmou repudiar "atos de vandalismo e violência contra qualquer cidadão, independentemente da sua nacionalidade". De acordo com Jungmann, "a situação é tensa, mas se estabilizou e está sob controle".
O governo de Roraima tenta conseguir fechar a fronteira para os venezuelanos, mas a medida é rejeitada pelo Planalto. O problema acaba se agravando, com disputas políticas e acusações de parte a parte, turbinado pelo momento eleitoral. Em nota, o governo de Roraima voltou a pedir o fechamento temporário da fronteira.
Veja também: