A arma utilizada pelo estudante responsável pelo ataque na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira, 23, pertencia ao pai do aluno. A informação foi confirmada pelo governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em coletiva de imprensa no local do crime.
Segundo Tarcísio, trata-se de uma arma registrada em 1994, de calibre .38. O aluno usou o revólver para atirar em pelo menos três estudantes, sendo que duas ficaram feridas e uma morreu. Uma quarta vítima teve ferimentos leves ao tentar fugir do atirador.
Os feridos foram socorridos ao Pronto Socorro do bairro e, ainda segundo o governador, estão estáveis e passam bem.
Entenda o caso
O ataque ocorreu na Escola Estadual Sapopemba, localizada na Rua Senador Nilo Coelho, por volta das 7h30. Segundo a Polícia Militar, o atirador, de 16 anos, é aluno da escola e foi apreendido. Ele deu a arma para a coordenadora após o ataque e se entregou para as autoridades.
Ao lado do secretário da Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder, o governador afirmou que a escola sempre foi reconhecida pela sua qualidade de ensino. "Nós estamos extremamente consternados com mais uma ocorrência de violência na escola. Uma boa escola, com 1800 alunos, que tem muita procura, que tem fila. Uma escola que a gente sempre espera que as crianças venham para cá para aprender, para desenvolver habilidades, competências, para conviver com os amigos, para ter boas lembranças e infelizmente acontece uma tragédia dessas", lamentou.
Tarcísio também afirmou que a vítima fatal era uma estudante do 3º ano do Ensino Médio, de 17 anos. "Estava terminando o ciclo escolar, com seus sonhos, prestes a encarar o vestibular, de dar o próximo passo na sua formação", acrescentou. De acordo com o governador, as informações preliminares apontam que a vítima não tinha relação com o caso. Ela foi a primeira pessoa vista pelo jovem e acabou sendo atingida.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça, Flávio Dino, expressaram seus sentimentos pela família dos estudantes. Nas redes sociais, Dino afirmou que haverá ajuda de forças federais para investigação do caso. Lula escreveu que “não podemos normalizar armas acessíveis para jovens na nossa sociedade e tragédias como essas.”
Em nota enviada ao Terra, o Governo de São Paulo também lamentou o ocorrido e afirmou que se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido nesta segunda. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares.
*Com colaboração de Marcela Ferreira
*ATENÇÃO: Se você sofre algum tipo de bullying na escola ou cyberbullying de colegas na internet, faça a denúncia no Disque 100 – Disque Direitos Humanos. A ligação é gratuita e o atendimento é feito 24 horas por dia. Para receber atendimento ou fazer denúncias pelo WhatsApp, basta enviar mensagem para o número 61 99656-5008. Também é possível ser atendido pelo Telegram, basta digitar "Direitoshumanosbrasil" na busca do aplicativo. Após uma mensagem automática inicial, o atendimento será realizado pela equipe do Disque 100.
Se você é pai, mãe ou responsável por uma vítima de bullying, converse com ela. Procure a direção da escola para tentar solucionar o problema entre os envolvidos e suas famílias. Se o(a) diretor(a) não tomar nenhuma atitude, formalize a denúncia em casos mais graves no Conselho Tutelar ou na polícia da sua cidade.