Em todo o Brasil, 21,9 milhões de pessoas fizeram algum teste para saber se estavam infectadas pelo coronavírus até setembro, o equivalente a 10,4% da população. Até agosto, esse número estava em 17,9 milhões de pessoas, ou 8,5% da população. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os que fizeram testes, 4,8 milhões (22,1%) testaram positivo, de acordo com a pesquisa amostral. Segundo o IBGE, quanto maior o nível de escolaridade, maior o porcentual de testados: entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto, 5,5% passaram por algum teste, contra uma fatia de 21,5% dos brasileiros com ensino superior completo ou pós-graduação.
O acesso à testagem também tem relação com a renda. Quanto maior a classe de rendimento domiciliar per capita, maior o porcentual de pessoas que realizaram algum teste para a covid-19, chegando a 20,9% entre as pessoas no décimo mais elevado de renda, mas descendo a 5,4% no primeiro décimo e 5,5% no segundo décimo.
Considerando o tipo do teste, 8,8 milhões de pessoas fizeram o SWAB, sendo que 25,9% delas testaram positivo para a covid-19; 9,8 milhões fizeram o teste rápido com coleta de sangue através do furo no dedo, e 17,3% delas testaram positivo; e 6,3 milhões fizeram o teste de coleta de sangue através da veia no braço, sendo 25,6% deles com covid confirmada.
A Unidade da Federação com o maior porcentual de testes realizados foi o Distrito Federal (22,2%), seguido por Piauí (17,0%) e Goiás (16,0%). Pernambuco registrou o menor porcentual de testados (6,8%), seguido por Acre (6,9%) e Minas Gerais (7,8%).
Doenças crônicas
Em setembro, havia 46,7 milhões de pessoas com alguma das doenças crônicas pesquisadas, o que correspondia a 22,1% da população. A hipertensão foi a mais frequente, alcançando 13,1% dos doentes crônicos. As demais prevalências foram: asma ou bronquite ou enfisema (5,3%); diabetes (5,2%); depressão (2,8%); doenças do coração (2,5%) e câncer (1,0%).
Entre as pessoas com alguma das doenças crônicas, 3% testaram positivo para a covid-19.
Isolamento
Dos 211,4 milhões de habitantes do País, 34,5 milhões (16,3%) ficaram rigorosamente isolados em setembro como medida de prevenção à covid-19. Outros 84,1 milhões (39,8%) reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa, e 85,3 milhões (40,3%) ficaram em casa e só saíram em caso de necessidades básicas.
Por outro lado, 6,4 milhões de pessoas (3%) não fizeram qualquer medida de restrição em setembro contra a covid-19.
Sintoma de síndrome gripal
Em setembro, 9,2 milhões de pessoas (4,4% da população) apresentaram algum dos sintomas pesquisados de síndromes gripais, dando sequência à redução gradual ao longo dos meses. Em maio, início da pesquisa, 11,4% da população relataram algum sintoma.
Entre as pessoas que apresentaram algum dos sintomas pesquisados de síndromes gripais, 56,7% eram mulheres, 47,5% tinham entre 30 e 59 anos, 55,7% se declararam de cor preta ou parda e 37,6% eram sem instrução ou com fundamental incompleto.
Em setembro, cerca de 24,1% (ou 2,2 milhões) das pessoas que apresentaram algum dos sintomas pesquisados procuraram atendimento em estabelecimento de saúde.
Entre as pessoas que procuraram atendimento em hospitais, 11,8% (98 mil) daquelas com algum dos sintomas pesquisados e 15,9% (40 mil) das que apresentaram sintomas conjugados precisaram ficar internadas.
Atividades escolares
O IBGE informou ainda que, no mês de setembro, 46,1 milhões de pessoas de 6 a 29 anos de idade frequentavam escola ou universidade, o que representava 59,8% da população nessa faixa etária. Entre todos os alunos, 61% eram do ensino fundamental, 21% do ensino médio e 18% do ensino superior.
Cerca de 6,7 milhões de estudantes não tiveram atividades educacionais em setembro, enquanto 39 milhões tiveram atividades. "Com a retomada das aulas aí em outubro, isso pode mudar", lembro Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Na Região Norte, 34,6% das crianças, adolescentes e jovens que frequentavam escola estavam sem acesso a atividades escolares. Esses porcentuais foram bem menores no Sul (5%), Sudeste (9,4%) e Centro-Oeste (7,5%).
Entre as crianças e jovens de domicílios com rendimento per capita de até meio salário mínimo, 19,5% não tiveram atividades escolares, enquanto esse porcentual descia a 5% nos domicílios com rendimento domiciliar per capita de quatro ou mais salários mínimos.