Atirador de 16 anos já havia registrado boletim de ocorrência por ameaça e lesão corporal

Ataque a tiros ocorreu na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, nesta segunda-feira, 23; uma adolescente morreu

23 out 2023 - 16h03
(atualizado às 22h45)
Estudante de 16 anos promoveu ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo
Estudante de 16 anos promoveu ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo
Foto: Peter Leone/O Fotográfico / Estadão

O estudante de 16 anos que atirou e matou uma adolescente na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo nesta segunda-feira, 23, já havia registrado um boletim de ocorrência por ameaça e lesão corporal seis meses antes do incidente. O caso anterior, no entanto, não teria ocorrido na Escola Estadual Sapopemba.

A informação foi confirmada em coletiva de imprensa realizada nesta tarde, com a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do secretário de Educação do Estado, Renato Feder. O atirador foi apreendido e poderá ser encaminhado para a Fundação Casa.

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O ataque a tiros ocorreu por volta das 7h30 da manhã. Uma adolescente de 17 anos não resistiu aos ferimentos e morreu. Outros três estudantes feridos foram socorridos e levados ao Pronto Socorro do bairro. Eles estão estáveis e passam bem. Após os disparos, o jovem de 16 anos deu a arma de fogo para a coordenadora da escola e se entregou para a Polícia.

Segundo relatos de estudantes, o atirador sofria bullying por ser homossexual. Mas, conforme investigação inicial, a vítima fatal não tinha relação com os ataques homofóbicos sofridos pelo atirador. 

"Ele apanhava do pessoal [por ser gay], e chegou até se assumir hétero de novo para não apanhar, não sofrer mais", explicou um aluno, entrevistado pelo Terra na porta da escola. Conforme o jovem, uma das estudantes atingida era da sala do atirador, mas não era considerada mais sua amiga. 

Já sofreu agressão

O Terra teve acesso a um vídeo em que o atirador aparece em uma briga, com duas meninas. A princípio, as imagens mostram o adolescente e outra aluna, ambos com o uniforme da escola, puxando os cabelos um do outro. A menina ainda o acerta com um chute. Eles se separam e o menino a empurra, fazendo-a cair ao chão. 

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Nesse instante, outra estudante com capus parte para cima do jovem, também puxando seus cabelos e dando tapas em sua cabeça. A primeira aluna se junta a ela, agredindo o rapaz. Eles são separados enquanto a sala grita. O vídeo teria sido gravado em junho deste ano.

Há alguns meses o atirador também publicou em seu perfil nas redes sociais uma montagem como se estivesse matando uma das colegas de classe. Não há informações se ela está entre as vítimas. No comentário de uma das fotos publicadas em seu perfil, uma seguidora alerta o jovem: "Vc pode fazer uma denúncia, né?". 

Primeiros disparos

O rapaz entrevistado pelo Terra estava na sala de aula quando ouviu o primeiro disparo, mas achou que se tratava de uma bomba. Nesse momento, sua turma colocou as carteiras em frente a porta da sala, mas ouviu novos tiros. "Já começamos a ficar preocupados. A professora que estava na sala segurou a porta, não estava deixando a gente sair, por conta do que estava acontecendo, não sabia o que era", relata. 

*Com colaboração de Juliana Cruz

ATENÇÃO: Se você sofre algum tipo de bullying na escola ou cyberbullying de colegas na internet, faça a denúncia no Disque 100 – Disque Direitos Humanos. A ligação é gratuita e o atendimento é feito 24 horas por dia. Para receber atendimento ou fazer denúncias pelo WhatsApp, basta enviar mensagem para o número 61 99656-5008. Também é possível ser atendido pelo Telegram, basta digitar "Direitoshumanosbrasil" na busca do aplicativo. Após uma mensagem automática inicial, o atendimento será realizado pela equipe do Disque 100.

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Se você é pai, mãe ou responsável por uma vítima de bullying, converse com ele(a). Procure a direção da escola para tentar solucionar o problema entre os envolvidos e suas famílias. Se o(a) diretor(a) não tomar nenhuma atitude, formalize a denúncia em casos mais graves no Conselho Tutelar ou na polícia da sua cidade.

Fonte: Redação Terra
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