Ativistas decidem permanecer no consulado uruguaio no Rio

21 jul 2014 - 23h57
(atualizado às 23h57)

O advogado Rogério Borba, integrante do Coletivo dos Advogados do Rio de Janeiro (CDA), que presta assistência jurídica aos ativistas Eloísa Samy e David Paixão, disse que orientou os dois a permanecerem no Consulado-Geral do Uruguai no Rio de Janeiro, em Botafogo, na zona sul da cidade, até que haja uma decisão sobre o pedido de habeas corpus apresentado nesta segunda-feira à Justiça do Rio. O pedido foi feito pela Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados (Cedap) da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB/RJ).

<p>Os três ativistas esperam resposta para os pedidos de asilo político feitos ao Consulado do Uruguai</p>
Os três ativistas esperam resposta para os pedidos de asilo político feitos ao Consulado do Uruguai
Foto: Mauro Pimentel / Terra

“O HC (habeas corpus) está sendo apreciado ainda. Não há informação de uma manifestação oficial do consulado (sobre uma ordem para deixarem as instalações da representação do país), pelo menos não foi transmitido a mim nada. A situação é a mesma, vai ficando até quando der”, informou o advogado.

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Eloisa Samy, David Paixão e a namorada dele, que é adolescente, chegaram ao consulado no início da tarde e pediram asilo político. A decisão de conceder ou não asilo político aos ativistas será tomada pela Embaixada do Uruguai, em Brasília.

O advogado Rodrigo Mondego, que também integra o CDA, disse que Eloísa Samy teve acesso nesta segunda-feira ao trecho referente a ela na denúncia do Ministério Público aceita pelo juiz da 27ª Vara Criminal da Capital, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, que decretou na sexta-feira a prisão preventiva de 23 ativistas.

Segundo Mondego, Eloisa, que também é advogada, ficou surpresa com os argumentos. “Ela ficou nervosa e começou a falar alto: é um absurdo. Estão me condenando à prisão baseado em um parágrafo”, comentou. Para o advogado, não há fundamento na acusação de que Eloísa deu assistência logística a ativistas em atos de violência nas manifestações no Rio. “Estão tirando a liberdade de uma pessoa com a argumentação de um parágrafo e a Justiça aceitou isso, o que é mais bizarro”, avaliou.

Os dois advogados deram as declarações na porta do Consulado-Geral do Uruguai, onde um grupo de manifestantes protesta contra a prisão dos ativistas e tramitem informações ao vivo pelas redes sociais.

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No meio da noite, chegou-se a cogitar que os ativistas deixaram o consulado uruguaio junto com os advogados, o que não aconteceu. No entanto, apesar da orientação para que eles permaneçam no prédio, Borba disse que Eloísa Samy pode mudar de opinião e sair.

“Eu sou advogado dela e atuo na medida em que ela me consulta. Se ela resolver tomar qualquer medida sem me ouvir é da responsabilidade dela, porque ela também é advogada”, disse. O advogado disse que combinou com os ativistas de voltar ao consulado às 8 h desta terça-feira.

Do outro lado da rua, um grupo de policiais militares faz a segurança do local. No entanto, o carro com policiais da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Informática (DRCI) da Polícia Civil, que passou a tarde na porta do consulado, já havia deixado a região.

Agência Brasil
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