Os intensos confrontos durante a megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro, desta sexta-feira, 25, destruíram casas de moradores nos complexos do Alemão e da Penha. Uma das residências chegou a ter as paredes destruídas pela explosão de uma granada (veja acima).
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O imóvel, localizado no Complexo do Alemão, era ocupado por uma avó e o neto, de apenas seis anos. Apesar da destruição, nenhum dos dois ficou ferido. À TV Globo, a mulher, que não quis se identificar, relatou que mora na região há pelo menos 50 anos.
A casa dela ficou no meio do fogo cruzado entre os policiais fluminenses e criminosos, e teve o portão, portas, janelas e paredes cravados de balas. Uma televisão também foi atingida. A avó, que trabalha como costureira, afirmou que não sabe como pagará pelos reparos.
Um outro morador do Alemão também teve o quarto perfurado por projéteis. Um terceiro afirmou que teve a casa atingida por um blindado, enquanto o veículo policial manobrava na região. O acidente abalou a estrutura da residência.
Operação Torniquete
As forças de segurança do Rio de Janeiro realizam nesta sexta-feira, 24, uma operação nos complexos da Zona Norte da capital. Desde o fim da madrugada, moradores relatam intensos tiroteios na região. Um criminosos, evadido do sistema prisional, foi capturado.
Conforme a PMERJ, a operação tem como objetivo controlar ações de criminosos e combater o roubo de veículos e cargas na região metropolitana.
Cerca de 500 policiais, 12 veículos blindados e dois helicópteros foram mobilizados para a operação. Os agentes também estão usando equipamentos, operados pelo Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE), para remoção de obstáculos das vias, como barricadas na entrada dos complexos.
Um civil morreu após ser atingido por uma bala perdida perto do BRT da Penha. A vítima foi identificada como Carlos André Vasconcellos dos Santos. Ele tinha 35 anos e atuava como jardineiro. Ele foi atingido por um tiro nas costas quando tomava um café nas proximidades da estação.
Carlos era morador de uma localidade conhecida como 4 Bicas. Ele morreu no trajeto para o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Horto, na Zona Sul, onde trabalhava.
"Ele estava indo trabalhar. Era um pai maravilhoso, um superpai. Era trabalhador. Acordava todo dia às 4h30 e descia para pegar o ônibus e seguir para a Zona Sul. O filho dele de 5 anos ainda não sabe", contou a vendedora Tatiana dos Santos, prima dele.