Representantes dos quilombolas do Rio dos Macacos e do Ministério da Defesa voltam a se reunir nesta terça-feira, para discutir a permanência da comunidade em uma área da Marinha, na Bahia, informou o Ministério Público Federal no Estado (MPF/BA).
No encontro, os quilombolas devem dar uma resposta à proposta feita pelo governo na última reunião, no dia 11 de março deste ano, de ceder à comunidade 86 hectares de terra da área reivindicada.
O governo também propôs a construção de uma estrada para que os quilombolas tenham acesso independente ao local. Atualmente, os moradores precisam passar por portaria controlada pela Marinha para ter acesso à área, o que provocou tensões entre militares e quilombolas.
Representantes do MPF/BA ajudarão nas negociações, na reunião prevista para começar às 10h, na sede do MPF, na Vila Naval da Barragem, na região metropolitana de Salvador.
A comunidade fica no município de Simões Filho, região metropolitana da capital baiana, e é objeto de uma disputa entre a Marinha, que considera a terra de sua propriedade, e os quilombolas. O terreno é vizinho da Base Naval de Aratu, na Praia de Inema. Desde 2010, a Marinha pretende ampliar as instalações da base, onde residem famílias de militares.
De acordo com o MPF, vão participar também da audiência o chefe de gabinete do Ministério da Defesa, Antônio Thomaz Lessa, e representantes da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria Nacional de Articulação Social da Presidência da República, da Associação dos Advogados dos Trabalhadores Rurais e da Defensoria Pública da União.