Em greve há três dias, os rodoviários baianos decidiram encerrar a paralisação no início da tarde desta quarta-feira, durante assembleia da categoria, acatando a proposta apresentada pelas entidades patronais. Em Salvador, os ônibus voltaram a circular gradativamente. Mais de dois mil trabalhadores que participaram do encontro concordaram com o reajuste salarial de 9%, o aumento do ticket-alimentação para R$ 14 e a redução da jornada de trabalho para 6h40, com intervalo de 20 minutos.
De acordo com o secretário municipal de Transportes, Fábio Mota, em nova reunião na manhã desta quarta-feira, as partes decidiram selar o acordo. “As negociações continuaram durante toda a noite de ontem (terça-feira) e mantivemos a proposta. A prefeitura ainda assumiu o compromisso de não reajustar a tarifa de ônibus, além de pagar as horas trabalhadas pelos profissionais no Carnaval do próximo ano”, relata. A tarifa permanece em R$ 2,80.
Segundo Jorge Castro, assessor de relações institucionais do Sindicato das Empresas de Transportes e Passageiros de Salvador (Setps), também será instalada uma mesa permanente entre empresários, rodoviários e prefeitura. “Será discutida a redução da contrapartida no ticket-alimentação e a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). A redução da jornada de trabalho só vale após a aprovação do Projeto de Lei que está no Senado. O prefeito ACM Neto manteve o compromisso de conversar com o senador Renan Calheiros para pedir agilidade na votação”, destaca.
O vice-presidente do sindicato da categoria, Fábio Primo, reitera que o acordo firmado “é o melhor do Norte/Nordeste”. “Se forem somadas as outras conquistas, foi, sem dúvidas, o melhor resultado de campanha salarial no País. Amanhã (quinta-feira) toda a frota estará nas ruas”, afirma.
Na parte da manhã, segundo a assessoria de comunicação da secretaria de Transportes, 101 ônibus circularam sob escolta policial, além dos 300 micro-ônibus do plano de contingência elaborado pela prefeitura da capital baiana.
Apesar da decisão dos rodoviários, o julgamento do dissídio coletivo marcado para esta quinta-feira, às 10h, está mantido, segundo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A proposta do acordo celebrado entre empresas e rodoviários será submetida à relatora do processo, a desembargadora Débora Machado.
Nesta terça-feira, a magistrada determinou o bloqueio de R$ 500 mil da conta do sindicato dos rodoviários para assegurar o pagamento da multa diária, caso a liminar que determinava a circulação de 70% da frota em horários de pico fosse descumprida.
