A baiana de acarajé Adriana Ferreira dos Santos, 46, dona do 'Acarajé da Drica', resolveu entrar no embalo do lançamento do filme Barbie para inovar no preparo do quitute tradicional. Ela criou um acarajé rosa, que leva anilina - um corante comumente usado na confeitaria -, e viralizou na internet. A novidade, porém, acabou virando polêmica, e gerou um pronunciamento da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam).
Em comunicado publicado nas redes sociais, a Abam disse repudiar "qualquer pessoa que se aproprie das nossas iguarias ancestrais desfazendo do seu formato, modo de feitura e representação sagrada".
Ao Terra, Drica confessou que ficou triste com o posicionamento e que "não gosta de aborrecer ninguém", mas defendeu o seu lançamento.
"Eu tenho o acarajé como meio de sobrevivência, de comércio, eu não sou da parte religiosa. Eu sempre peço desculpas se eu infringi a elas [da associação de baianas], se elas não se sentiram confortáveis. Mas foi só um marketing para o meu trabalho, para o meu crescimento", explicou.
Segundo Drica, o acarajé rosa nem está à venda, justamente para não ir de encontro à tradição. Mas ela pretende realizar um sorteio nas redes sociais para que possam experimentar a iguaria da Barbie - a novidade fez com que ela ganhasse cerca de mil seguidores no Instagram, chegando a mais de 90 mil pessoas a acompanhando na rede social.
Além disso, Drica pretende montar uma ação especial para a quinta-feira, 20, dia em que Barbie chega aos cinemas. Nos seus dois pontos de acarajé, nos bairros de Paripe e Itapuã, em Salvador, ela vai contratar mulheres para se fantasiarem da famosa boneca e tirarem fotos com os clientes.
A ideia busca satisfazer principalmente as crianças, parte significativa de sua clientela. Foram elas que acabaram com os bolinhos de tapioca, mais conhecidos na Bahia como "bolinhos de estudante", rosa que também foram feitos como ação promocional. "Não ficou nenhum, saíram todos, as crianças vêm e comem", diz Drica.