O Movimento Cultural Ermelino Matarazzo ocupa um prédio, onde um dia foi a subprefeitura da região, em que promove atividades culturais e criou um espaço de convivência e troca. A existência no território onde se localiza, na zona leste de São Paulo, região periférica, é legitimada por aqueles que são diretamente beneficiados: a população. O potencial transformador da arte dispensa muita explicação. Mas iniciativas como essas vão além: elas ocupam espaços, muitas vezes sem função social, e cooperam para a transformação do lugar. A ocupação Mateus Santos faz isso há pelo menos 2 anos. E desde o início deste ano virou alvo da sanha do poder público, que fez uma série de exigências para que continuasse a funcionar, sem contudo oferecer qualquer contrapartida. Os participantes do movimento reagiram. O resultado você acompanha no vídeo :
Na sexta-feira passada, dia 8 de dezembro, a ocupação recebeu uma ordem para sair do local. Sem um espaço físico, todo o trabalho realizado até agora, cai por terra.
O Cenas da Cidade procurou a Prefeitura de São Paulo para entender o que acontece e recebeu a seguinte nota:
A Prefeitura Regional Ermelino Matarazzo informa que o local citado foi ocupado de forma irregular. Uma vistoria da Defesa Civil constatou condições precárias de segurança, como rachaduras, infiltrações e instalações elétricas e hidráulicas em má conservação. Um laudo técnico definitivo deverá ser emitido nos próximos dias.
Os participantes do movimento estão em vigília no local, na avenida Paranaguá, 1633, e prometem que vão resistir.