A ideia começou quase como uma brincadeira. Mas quando percebeu, o ilustrador Diego Cernohovsky já estava desenhando o pênis de amigos, ex-namorados, vizinhos, a partir de fotos que eles mandavam para o artista. Diego conta que todo o processo foi bastante curativo para ele, que tinha questões com o próprio corpo. Além disso, mergulhou em um verdadeiro encontro ao órgão genital feminino. Gay desde sempre, como ele mesmo disse durante a entrevista, nunca se relacionou com garotas e chegou a admitir que era até um pouco misógino, às vezes. Quando passou a também retratar xoxotas, entendeu que a sexualidade ainda é um tabu na nossa sociedade e que, se homens podem ter questões - desempenho, tamanho, etc - para as mulheres o peso é dobrado, já que, erroneamente - aprendemos desde muito novinhas que o sexo é sujo, é feio e que temos que ter recato com o corpo.
Nos tornamos adultos que pouco ou nada se conhecem, cheio de questões acerca da sexualidade, que não conseguimos, sequer, ter uma experiência de prazer na hora do sexo porque ficamos preocupados demais com o que o outro pensa.
Diego nos convida a olharmos para nós mesmos e admirarmos a beleza de nosso sexo, as imperfeições que o tornam únicos e o conteúdo identitário presente na forma com que nos relacionamos com ele do nosso ponto de vista e também partindo do outro.
Hovsky levou os desenhos dele para Dinamarca e expôs, este ano, no Museu da Diversidade Sexual, em São Paulo. As ilustrações de Diego podem ser encontradas no Instagram @hovskyart e no www.hovsky.tumbrl.com.