O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que a Argentina não vai ajudar diretamente o Estado da Bahia, afetado por enchentes, ao ressaltar que isso tem que ser feito por meio do governo federal e não faz parte da "boa política" entre os países.
O presidente afirmou ainda, durante a transmissão da live semanal, que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, conversou com o chanceler argentino e ele garantiu que a ajuda do país vizinho às vítimas das enchentes que assolam principalmente municípios da Bahia será prestada por meio do governo federal.
A fala do presidente contraria postagem feita nas redes sociais na tarde desta quinta pelo governador da Bahia, Rui Costa, de que a ajuda argentina seria direta ao Estado. Esse comentário de Rui Costa ocorreu após o governo brasileiro rejeitar a ajuda que havia sido oferecida pela Argentina mais cedo.
Na live, Bolsonaro disse que o apoio do governo vizinho de 10 homens poderia ficar caro para o Brasil e que o país já tem gente suficiente ajudando, citando o trabalho das Forças Armadas.
"Agradeço aí o Alberto Fernández (presidente da Argentina), mas as 10 pessoas não iam ajudar muito, talvez poderia até nos atrapalhar", afirmou ele.
O Estado da Bahia foi atingido por fortes chuvas nas últimas semanas, que deixaram ao menos 20 mortos. Duas barragens se romperam no fim de semana, alagando bairros inteiros em algumas cidades e provocando destruição, forçado milhares de pessoas a deixarem suas residências.
Venezuelanos
O presidente falou ainda, durante a última live semanal do ano transmitida pelas redes sociais, em uma eventual ajuda de países da América do Sul para acolher os venezuelanos que estão vivendo como refugiados no Brasil, após citar que este ano terminou com 287 mil deles nesta condição no país.
"Então, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Colômbia, Chile, quem quiser aí receber venezuelano que estão lá conosco -- e os venezuelanos têm que querer, a gente não vai mandar para lá como se fosse despachar uma mercadoria , não é isso --, a gente está pronto aqui a não só interiorizar no Brasil, bem como aqui em toda a América do Sul, os venezuelanos estão fugindo do regime de (Nicolás) Maduro", disse ele.
O Brasil, que possui uma grande fronteira com a Venezuela, tem sido uma das rotas principais de entrada de cidadãos daquele país numa tentativa de buscar melhores condições de vida.