Bombeiros: incêndio em Santos é o "mais difícil" da história

Incêndio que já dura cinco dias e atingiu seis tanques de combustíveis no litoral é o mais "perigoso" já enfrentado pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo

6 abr 2015 - 19h50
(atualizado às 20h40)
"Dentro desses tanques há 5 milhões de litros de gasolina, que está fervendo", diz o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo
"Dentro desses tanques há 5 milhões de litros de gasolina, que está fervendo", diz o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo
Foto: Débora Melo / Terra

O trabalho de combate ao incêndio que há cinco dias atinge parte de um parque industrial de Santos, no litoral de São Paulo, é o “mais difícil” e o mais “perigoso” já enfrentado pelo Corpo de Bombeiros do Estado. A informação foi dada pelo porta-voz da corporação, capitão Marcos Palumbo.

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“É a operação mais difícil, acredito eu, que a emergência no Estado de São Paulo já enfrentou. Não houve nenhum tipo de trabalho tão perigoso quanto combater a esse incêndio. Tanto em relação aos líquidos inflamáveis quanto à quantidade de materiais que possui o parque”, afirmou o porta-voz nesta segunda-feira.

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O incêndio começou na manhã da última quinta-feira e já atingiu seis tanques de combustíveis da empresa Ultracargo, dos quais dois continuam em chamas na noite desta segunda (6). Não houve vítimas. "Dentro desses tanques há 5 milhões de litros de gasolina, que estão fervendo. Então a partir do momento em que entra em contato com o oxigênio e o calor, o combustível pode gerar uma pequena labareda e, se não for resfriado e combatido, volta o incêndio ao ponto inicial", continuou.

De acordo com Palumbo, quase 200 bombeiros trabalham na operação: 118 homens do Estado e mais 80 brigadistas da iniciativa privada. Agora, após mais de 100 horas de trabalho, os bombeiros apostam em um “ataque” com espuma, que tem o objetivo de apagar o fogo nos dois tanques, ao mesmo tempo em que mantém resfriados os tanques ao redor, evitando novos incêndios – a temperatura no local varia de 600ºC a 800ºC. Não há previsão de encerramento dos trabalhos.

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“Apagar o fogo não quer dizer que vá terminar a ocorrência, porque há ainda o líquido (gasolina no tanque). Nós temos uma câmara térmica que consegue determinar para a gente que o líquido está muito quente e que há possibilidade, mesmo sem fogo, de que esse líquido quente possa iniciar novamente um incêndio”, disse Palumbo. “A estratégia de resfriamento não é à toa. Ela é necessária para que a gente tenha a condição de segurar o incêndio. E estamos evoluindo, porque ele não passou ainda para nenhum outro tanque e a tendência é que isso não aconteça nas próximas horas”, continuou o porta-voz dos Bombeiros.

De acordo com Palumbo, os seis tanques que foram atingidos pelas chamas continham álcool ou gasolina, mas há outros 21 tanques com material inflamável nas proximidades, que precisam ser resfriados – o parque industrial tem 175 tanques no total.

“Se não tivermos o controle sobre esses tanques, a situação, que agora está sob controle, pode ficar fora de controle novamente. Nós vamos permanecer fazendo o combate (ao fogo) e também resfriando os tanques”, afirmou Palumbo.

Além dos quase 200 homens, a operação conta com o apoio de quatro navios (um da Petrobras, dois rebocadores e um navio do Corpo de Bombeiros), que trabalham no resfriamento dos tanques e bombeiam 75 mil litros de água por minuto para o incêndio. 

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Fonte: Terra
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