O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), determinou a suspensão dos bloqueios de trânsito em avenidas da capital paulista. A medida já começa a valer a partir desta quarta-feira, 6. Montadas pela prefeitura com o objetivo de elevar as taxas de isolamento social - que ainda estão abaixo do índice previsto pelas autoridades -, as interdições sofreram duras críticas e são alvo de um inquérito civil do Ministério Público para "apurar os reflexos urbanísticos".
Os bloqueios levaram São Paulo a registrar congestionamentos e pontos de lentidão. O inquérito do MP considerou que a medida "acabou por causar congestionamentos e indesejáveis dificuldades para a circulação em geral", inclusive de ambulâncias e profissionais de saúde.
A medida estabelecida pela prefeitura só durou dois dias. Na segunda, o bloqueio valeu para quatro grandes avenidas, uma em cada região da cidade. Na zona sul, a interdição foi no cruzamento das Avenidas Moreira Guimarães e Miruna. Na zona oeste, entre a Avenida Francisco Morato e Rua Sapetuba. Na região norte paulistana, no cruzamento das Avenidas Santos Dumont e do Estado. Por fim, na zona leste, o bloqueio fica entre a Radial Leste e a Rua Pinhalzinho. As interdições, que de início foram realizadas apenas no horário de pico da manhã, das 7h às 9h, liberaram apenas uma faixa em quatro avenidas de grande circulação.
Já nesta terça, o bloqueio foi total, com liberação apenas para o transporte coletivo, ambulâncias e veículos de profissionais da saúde. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também instalou mais três pontos de bloqueio, na Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, na Avenida Santa Catarina e na Avenida Peri Ronchetti.
Os bloqueios foram pensados para propositalmente criar desconforto ao motorista, que diante do trânsito pode optar por ficar em casa. Mesmo assim, segundo dados do governo do Estado, a taxa de isolamento social na capital ficou em 48% no primeiro dia da medida.